Carreiras: transformando o “bico” em uma profissão rentável

Diante do desemprego é importante garantir uma fonte de renda mínima; basta identificar qual é a sua aptidão

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Nos últimos anos, são inúmeros os casos de profissionais que, mesmo contando com um certo grau de qualificação, acabaram perdendo seus empregos, seja porque a atividade do setor onde atuavam diminuiu drasticamente, ou porque, apesar do setor não estar em crise, a empresa onde trabalhavam passou por reestruturações.

Mesmo diante de uma situação difícil como é o desemprego, algumas pessoas conseguem inovar, identificando novas oportunidades de trabalho, que muitas vezes, acabam por se transformar em nova fonte de renda.

Garantindo uma renda mínima

Ninguém quer ficar desempregado, mas diante desta realidade é preciso ser pragmático, e tentar identificar formas de sobrevivência até que você consiga uma recolocação.

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Para quem conta com uma reserva financeira, é possível respirar um pouco mais aliviado, mas para os mais desprevenidos, a primeira providência a tomar diante do desemprego é tentar identificar uma fonte de renda alternativa, o famoso “bico”.

Nada de preconceito, afinal trabalho é trabalho, e desde que seja honesto você não tem nada do que se envergonhar. Além de garantir uma renda mínima no final do mês para pagar as despesas mais importantes, o fato de se manter ocupado é bem visto no mercado e ajuda a ocupar sua mente. Isto é importante porque, se você tiver que recorrer ao cheque especial, em pouco tempo pode estar atolado em dívidas.

O que você sabe fazer?

Quase todos nós poderíamos exercer alguma atividade extra para ajudar no nosso sustento em caso de desemprego, o segredo é identificar o que exatamente.

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Para as pessoas que estudaram ou falam outros idiomas uma alternativa podem ser as aulas particulares, mas mesmo aqueles que não têm nenhum conhecimento específico podem identificar um “bico” para fazer. Se você dirige e tem filhos na escola porque não oferecer para outros pais para levar os filhos deles na escola.

Muitas pessoas se sentiriam bastante contentes ao saber que estão ajudando alguém que precisa, e apreciariam o serviço diferenciado que você pode oferecer. Afinal de contas, seus filhos são amigos dos filhos dos seus potenciais clientes e você sabe o que esperar destas crianças. É sempre possível identificar uma aplicação para o conhecimento que temos, basta ter iniciativa.

Muitas vezes o “bico” surge da necessidade de economizar dinheiro. Por exemplo, se você perdeu seu emprego não vai querer gastar com eletricista se pode você mesmo resolver o problema. Se somarmos na ponta do lápis o quanto gastamos pela comodidade de contratar alguém para fazer algo que poderíamos fazer nós mesmos, mas não fazemos por falta de tempo ou vontade, ficaríamos surpresos.

Um caso real

Este foi o caso do ex-representante comercial da Xerox e Sharp, Walter Sebastião de Oliveira, que há três anos perdeu seu emprego. Inicialmente procurando apenas se manter ativo enquanto não achava uma outra ocupação, e para economizar com gastos desnecessários, Oliveira passou a se dedicar a efetuar alguns consertos no apartamento em que mora. Em pouco tempo sua fama de faz tudo se espalhou e ele começou a ajudar seus vizinhos e outros conhecidos.

Diante da violência muitas pessoas dão preferência para ter um conhecido trocando sua fiação do que um eletricista renomado. Isto sem falar, é claro, no aspecto honestidade. Quem não conhece casos de profissionais que inventam problemas ou simplesmente superfaturam os consertos? A capacidade de efetuar pequenos consertos, aliada ao fato de ser conhecido das pessoas, ajudou Oliveira a encontrar novos serviços.

Tanto é que sua esposa decidiu fazer um panfleto “Alugue um Marido” na tentativa de atrair novos clientes. A iniciativa deu certo e logo Oliveira passou a executar pequenos serviços em outras casas na região. Apesar do público alvo do panfleto “Alugue um Marido” ser o feminino, donas de casa insatisfeitas com o fato de seus maridos não efetuarem pequenos serviços caseiros, o primeiro cliente de Oliveira foi um homem, que estava reformando seu apartamento.

Atualmente, Oliveira cobra R$ 30 por hora de serviço, mas se o trabalho for muito complexo o custo pode subir para R$ 50 a hora. Se ele trabalhar 70 horas por mês terá um salário de R$ 2,1 mil, mais do que muitos trabalhadores registrados, e uma carga horária bem mais tranqüila. Afinal bastaria trabalhar 3,5 horas por 20 dias por mês para conseguir alcançar esta meta, deixando tempo livre suficiente para outros interesses.

Obviamente como autônomo Oliveira não tem qualquer garantia, e pode não conseguir serviços suficientes para pagar as contas no final do mês. Mas conseguiu uma forma rentável de sair da crise e serve de exemplo de como um “bico” pode se transformar em uma profissão rentável.