Carreira em Y: mobilidade de ascensão estimula desenvolvimento profissional

Número de cargos gerenciais desmotiva funcionários, mas novo planejamento pode beneficiar quem tem apenas perfil técnico

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Grande parte das empresas funciona com estruturas definidas e com cargos gerenciais limitados. Porém, essa rigidez pode ser prejudicial e ocasionar um desequilíbrio na organização.

Isso porque profissionais altamente especializados, mas sem perfil gerencial, podem se sentir desprestigiados e desmotivados com essa estrutura. Para evitar isso, algumas empresas já começam a adotar, como estratégia de retenção desses especialistas, o planejamento de carreira em Y, também chamada de gestão de carreiras paralelas, que possibilita a mobilidade de ascensão profissional tanto na área técnica quanto na gerencial, sem sobreposição entre ambas.

“Essa nova visão, por um lado, incentiva as pessoas e cria condições para que planejem seu desenvolvimento profissional. Por outro, permite às empresas conciliar as expectativas individuais às necessidades e estratégias empresariais, evitando-se ao máximo a perda de capacidade técnica e gerencial”, explica o presidente do 1º Fórum Nacional de Departamentos Jurídicos, José Nilton Cardoso de Alcantara.

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Como adotá-la?

Para adotar essa nova linha funcional, Alcantara recomenda o mapeamento das áreas estratégicas da empresa, especialmente aquelas que envolvem especialidades técnicas e de conhecimento.

“Feitas essas considerações iniciais, entendemos ser viável a utilização desse modelo pelos departamentos jurídicos, pois se inserem perfeitamente nesse contexto apresentado. Para isso, um plano adequado deve ser proposto à unidade de gestão de pessoal da empresa demonstrando os gap’s (exatidão do potencial e das aptidões técnicas necessárias) existentes entre os perfis técnicos e gerenciais”, afirma.

Segundo ele disse, podem seguir essa metodologia áreas jurídicas de valor estratégico para o negócio, como planejamento tributário, contratos específicos, propriedade industrial, ambiental, direito marítimo e aeronáutico. Já as demais áreas devem seguir a estrutura hierárquica da empresa.

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Alcantara explica que a aplicação prática na carreira em Y deve ocorrer sob dois aspectos: no primeiro, o profissional técnico deve determinar o rumo de sua trajetória na área de especialização, buscando seu desenvolvimento por meio de uma formação educacional especializada e operacional. Já o segundo consiste no monitoramento e na avaliação do desempenho do profissional em relação às estratégias da empresa. Esse aspecto deve ser realizado pelo gestor da área jurídica juntamente com a unidade de gestão de pessoas. Caso a avaliação não apresente resultados, o próprio gestor deve negociar com o profissional uma forma de readaptar o modelo hierárquico da empresa.

“Na criação do plano de carreira da área técnica pode se criar cargos como analista, técnico e consultor e, se necessário, níveis para esses cargos. As promoções podem ser alcançadas por meio da avaliação de suas competências, expertises, formação acadêmica, maturidade e experiência, notoriedade na área, além, é claro, do cumprimento de metas determinadas”, ressalta Alcantara.