Carreira: cresce a importância dos diplomatas corporativos

Para professor, demanda pelos profissionais é maior nos países emergentes, em que o foco do diplomata é no governo

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Se, há alguns anos, era comum as multinacionais abrirem empresas em países emergentes, hoje, a tendência é contrária: países em desenvolvimento lançam filiais em nações já desenvolvidas. Esse processo traz uma demanda pelos chamados diplomatas corporativos.

Para se ter uma idéia do movimento comercial, a empresa de ônibus Marcopolo disse que metade das vagas de emprego abertas em 2009 estará no exterior. A Votorantim Cimentos possui 40% dos profissionais no exterior, enquanto a Vale anunciou recrutamento global.

Esse processo resulta na demanda por profissionais que entendam sobre o país para o qual as empresas estão se destinando.

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Diplomatas

De acordo com o professor do Centro de Estudos das Negociações Internacionais (Caeni) da USP (Universidade de São Paulo), Amâncio Jorge de Oliveira, outro motivo que aumenta a busca desses profissionais no mundo emergente é a concentração deles nas relações governamentais.

“Nos Estados Unidos, os diplomatas passam 60% do tempo com assuntos comerciais. Já a diplomacia brasileira gasta 70% do tempo em relações governamentais”, afirma. A consequência disso, de acordo com ele, é que as empresas passam a buscar suas próprias estratégias.

Oliveira ainda disse que o mercado espera um profissional capaz de compreender todo o processo da diplomacia corporativa: fatores políticos, culturais, financeiros, diplomáticos e organizacionais.

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Profissão

Para exercer a diplomacia, o candidato deve ser aprovado por concurso de admissão do Instituto Rio Branco. Ao longo da carreira, por sua vez, terá de realizar cursos de aperfeiçoamento. A pessoa será preparada para tratar de uma série de temas, como paz e segurança, normas de comércio e relações econômicas e financeiras.

A carreira engloba conhecimentos em administração, ciências humanas, sociais, exatas e biológicas, economia e direito.

As funções principais de um diplomata são bem representar o Brasil perante a comunidade das nações, colher as informações necessárias à formulação da política externa brasileira, participar de reuniões internacionais e, nelas, negociar em nome do Brasil, assistir as missões no exterior de setores do governo e da sociedade, proteger seus compatriotas e promover a cultura e os valores de nosso povo.