Carga tributária e falta de mão de obra qualificada freiam contratação no Brasil

Pesquisa da Page Personnel revela que os problemas são os principais obstáculos para executivos brasileiros

Luiza Belloni Veronesi

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SÃO PAULO – Mais empresas pretendem contratar trabalhadores ao longo deste ano. Mas, a falta de mão de obra qualificada e os encargos tributários devem frear essa perspectiva, revelou uma pesquisa da consultoria Page Personnel.

A elevada carga tributária e a falta de trabalhadores qualificados são os principais obstáculos para ampliar o número de contratações de profissional, segundo 850 executivos do Sudeste, Sul e Nordeste, entrevistados pela consultoria.

No sudeste, 66,5% dos gerentes, CEOs, coordenadores e diretores apontaram que os encargos tributários são as principais dificuldades na hora da contratação. A falta de mão de obra qualificada e a baixa produtividade dos trabalhadores aparecem em seguida, com 41,1% e 24,4%, respectivamente.

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Na região Sul, os fatores listados aparecem na mesma ordem do verificado no Sudeste, exceto para os percentuais: 58,6%, 53,4% e 27,6%. Já no Nordeste, a falta de mão de obra qualificada é o principal entrave ao crescimento para 66,7% dos entrevistados, seguido de baixa produtividade (45,8%) e impostos (41,7%). “A combinação desses elementos muitas vezes freia a abertura de novos postos de trabalho”, explica o diretor geral da Page Personnel, Gil Van Delft.

Os déficits profissionais
O estudo ainda mostrou quais eram as principais carências apresentadas pelos profissionais da região onde atuam, de acordo com os executivos. Os representantes consultados no Nordeste apontaram a falta de conhecimento técnico (70,8%), proatividade (37,5%) e comunicação/postura (33,3%) como maiores deficiências técnicas e comportamentais dos trabalhadores.

No Sudeste, foram listadas a ausência de conhecimento técnico (48,3%), proatividade (42,6%) e visão estratégica (37,8%) como grandes desafios a serem superados pelos trabalhadores da região. No caso do Sul, os representantes das indústrias indicaram o conhecimento técnico (43,1%), visão estratégica (37,9%), proatividade e domínio de um segundo idioma (31%) entre as principais deficiências dos trabalhadores da região.

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“Apesar dos obstáculos ao crescimento, ainda há espaço para novas contratações. Muitas empresas têm se queixado constantemente da falta de mão de obra adequada no Brasil. Há uma dissonância entre o que o mercado espera tecnicamente desses trabalhadores e o que a grande maioria deles tem a oferecer”, analisa Gil.

Em todas as regiões pesquisadas, a maioria dos executivos mostrou-se otimista em relação à expansão das operações e ao aumento do quadro de funcionários. Quando questionados sobre a possibilidade de expandir as operações em 2013, o maior índice foi verificado no Nordeste (96%), seguido pelo Sudeste (87%) e Sul (86%). Para o aumento do quadro de funcionários, a maior expectativa foi encontrada no Nordeste (79%) junto com Sudeste e Sul, ambos com 71%.