Capacitação é fundamental para seguir carreiras ligadas à uva e ao vinho

Apesar de existirem poucos cursos na área, carreira demanda capacitação, boa cultura e grande volume de conhecimento específico

Tércio Saccol

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SÃO PAULO – O mercado ligado à cadeia do vinho não para de crescer no País. Com o consumo dos brasileiros, as exportações de vinho, espumantes e suco de uva e a exploração do turismo relacionado às vinícolas, crescem as oportunidades para os profissionais especializados nesta área.

Enquanto países como a Itália têm consumo de cerca de 50 litros per capita por ano, e até os vizinhos argentinos, de 26 litros por ano para cada habitante, os brasileiros ainda consomem pouco vinho: são 2 litros por habitante a cada ano em média. Os dados são do Wine Institute, relativos ao ano de 2008.

Apesar do mercado em expansão, poucas instituições de ensino dedicam suas atenções a carreiras ligadas ao vinho. Por isso, quem aposta neste segmento tem grandes chances de alcançar êxito no trabalho da produção de vinhos, sucos e espumantes até o marketing, turismo e varejo.

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Formação
Atualmente, duas instituições oferecem o curso tecnológico em vitivinicultura e enologia, uma em Bento Gonçalves, na serra gaúcha, e a outra em Petrolina, no sertão Pernambucano. A próxima instituição a entrar na lista de formadores de profissionais para esta área é o Escola Técnica Benedito Storani, em Jundiaí, São Paulo, que deve iniciar as atividades do curso técnico da área no próximo ano.

Uma das docentes do futuro curso, Esmeralda Macedo Serpa, considera que é uma boa aposta entrar no segmento atualmente, por diversas razões. “O mercado está aquecido, o consumo está aumentando, a profissão acaba de ser reconhecida por lei no Congresso, e há uma percepção cada vez maior da inserção do vinho no contexto da gastronomia. Além disso, com a consolidação da classe média, aumenta muito o mercado consumidor potencial”, explica.

Mercado e perfil
Segundo Esmeralda, o mercado está em desenvolvimento, tanto no número de vagas quanto na demanda por diferentes perfis profissionais. “Neste momento, a maioria dos empregos está no comércio de vinhos e nas firmas produtoras, mas já se percebe um interesse maior dos restaurantes em ter um sommelier que saiba oferecer uma boa carta de vinhos ao cliente”, explica.

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Segundo a docente, não basta gostar de vinhos para ser o perfil desejado para a área. “ Ele deve ter boa cultura, real interesse em sua profissão, facilidade de expressão – para saber “transmitir” o vinho -, saber pelo menos uma língua estrangeira, olfato e gosto apurados e uma ótima memória olfativa e gustativa”.

Esmeralda acrescenta que um diferencial pode ser a busca por conhecimento em mercados fora do Brasil. “O profissional que produz, vende e promove vinhos deve estudar muito, viajar muito para conhecer “in loco” as realidades enológicas de cada país e degustar o maior número de vinhos possível, armazenando em sua memória as características destes vinhos para depois poder compará-los a outros já degustados e ser capaz de descrevê-los ao público”, pondera.

Na grade curricular dos cursos na área vitivinícola, constam disciplinas como botânica, solo, economia, estatística, educação ambiental, química, empreendedorismo e marketing. Também há alguns cursos no Brasil específicos para áreas como o turismo vitivinícola, o marketing voltado para a cadeia de vinho e a formação de sommeliers.