Câmara aprova caráter de urgência para projeto que pode custear piso dos enfermeiros

Recursos virão dos valores remanescentes de fundos de saúde de estados e municípios e do Fundo Nacional de Assistência Social

Equipe InfoMoney

(Getty Images)

Publicidade

A Câmara dos Deputados aprovou, na última terça-feira (1), o caráter de urgência para o projeto que prorroga para 2023 a liberação de recursos dos fundos estaduais e municipais de saúde e assistência social (PLP 44/2022). O texto pode ser uma alternativa para o financiamento do piso salarial dos profissionais de enfermagem.

De autoria do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) e relatado pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI), esse projeto foi aprovado pelo Senado, por unanimidade, no início de outubro e foi enviado para a Câmara, que vai analisá-lo.

O PLP atualiza a Lei Complementar 172/20 e a Lei 14.029/20, que autorizaram até o final de 2021 a transposição de saldos financeiros ociosos dos fundos para o combate à pandemia de Covid-19. O objetivo era disponibilizar recursos adicionais para o combate à pandemia nos estados e municípios.

Continua depois da publicidade

Com essa atualização, as verbas podem ser usadas dentro das áreas de saúde e assistência para finalidades diferentes das originais. Por isso, os recursos desses fundos também poderiam ser utilizados para garantir o piso mínimo para os profissionais de enfermagem.

A autorização, válida até o final de 2021, ficaria prorrogada para o final de 2023 com a aprovação do PLP.

O projeto será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Por fim, seguirá para o Plenário.

Continua depois da publicidade

Heinze diz ter a expectativa de que “o projeto seja aprovado na íntegra” ainda neste mês de novembro.

Ele ressaltou, no entanto, que não é possível falar em prazo para que o piso realmente esteja em vigor, já que “ainda estamos na etapa de aprovação do projeto”.

Suspensão do STF

O piso da enfermagem, aprovado pela Câmara e pelo Senado, está suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Publicidade

Para o ministro Roberto Barroso, autor da decisão, a criação desse piso sem uma fonte de recursos garantida levaria a demissões no setor e colocaria em risco a prestação de serviços de saúde.

A lei que estabeleceu piso salarial de R$ 4.750 para enfermeiros do setor público ou privado havia sido sancionada em agosto. Técnicos em enfermagem devem receber 70% desse valor, e auxiliares de enfermagem e parteiros, 50%.

*Com informações da Agência Câmara e da Agência Senado.