Busca por executivos caiu em 2008; o que esperar deste ano?

De acordo com pesquisa realizada pela Right Management, vagas oferecidas a executivos caíram 7% no ano passado

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – A busca por executivos caiu em 2008, resultado do desaquecimento no mercado de trabalho observado principalmente nos últimos três meses, de acordo com a consultoria organizacional em transição de carreira (outplacement), Right Management.

Os dados mostraram que as vagas oferecidas para executivos tiveram redução de 7% no ano passado ante 2007. Porém, em algumas regiões e setores, o balanço de 2008 foi positivo, o que indica que alguns mercados oferecem opções.

Na capital paulista, por exemplo, houve aumento de 3% nas ofertas destinadas aos executivos, em relação a 2007. O setor de bens de consumo, duráveis e não-duráveis, comportou-se de forma positiva no ano passado, bem como o de automóveis/autopeças.

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Mês de dezembro

No último mês de 2008, o mercado de trabalho para executivos apresentou queda de 13%, em relação ao mesmo mês de 2007. Na contramão da média geral, as áreas que apresentaram mais oportunidades foram a financeira (+22%) e comercial (+17%).

Na análise setorial, o destaque ficou com a indústria, com 39% das vagas ofertados no último mês do ano passado, embora tenha apresentado queda em relação a novembro, quando o percentual havia sido de 41%. Serviços aparecem em seguida: 35% do total, ante 33% em novembro.

Ainda em relação a dezembro, os segmentos de bens de consumo (13%), farmacêutico (11,5%), petroquímico, metalúrgico e construção civil (8%, cada) foram os destaques industriais. Já no setor de serviços, o segmento de logística/transportes foi o mais significativo (32%).

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O que esperar?

Embora o último mês do ano tenha apresentado queda na contratação de executivos, o que fez 2008 fechar com um menor número de contratações, em relação a 2007, as perspectivas para este ano são positivas.

“Em 2009, a maior parte das contratações vão ser de substituição, e não de abertura de novas vagas”, afirmou o diretor-geral da Robert Half, Ricardo Bevilacqua. O motivo para isso é claramente a crise financeira internacional.

Bevilacqua aposta em duas áreas que devem liderar as contratações em 2009, mesmo com um cenário de desafios, sendo a primeira delas a financeira, mas dentro de empresas. Controladores, contadores e pessoas para atuar com questões fiscais serão bastante requisitados. “Quando pensamos na área financeira em 2008, muitas empresas perderam dinheiro, e agora estão buscando trabalhar a rentabilidade, sem arriscar o dinheiro em caixa. Por isso, os profissionais serão importantes”.

Outra área que requisitará muitos profissionais será a de RH (recursos humanos), em que a demanda por parte das empresas será estratégica. “Muitas empresas começaram a demitir. Então, no médio prazo, vão contratar”, explicou o diretor-geral, sobre o momento em que o RH é fundamental. Estes profissionais deverão ter habilidades para atrair e reter talentos. “Pelo que a gente está vendo, essas áreas são as que vão demandar mais”.

A área de engenharia também é promissora em 2009, de acordo com Bevilacqua, dependendo de quanto o governo irá investir em infraestrutura. Na contramão, anda o mercado financeiro, principalmente no caso de profissionais que atuam em bancos de investimento, que foram os mais expostos à crise financeira global.