Brasileiros que voltam do exterior querem informações sobre o mercado local

Dos 123 profissionais atendidos pelo Núcleo de Informação e Apoio aos Trabalhadores, 109 buscaram informações sobre emprego

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SÃO PAULO – Os profissionais brasileiros que retornaram ao País após um período atuando no exterior procuraram, em sua maioria, informações relacionadas a emprego na terra natal, de acordo com o Núcleo de Informação e Apoio aos Trabalhadores Brasileiros Retornados do Exterior, que fica em São Paulo.

Dos 123 profissionais que recorreram ao Núcleo, 109 foram com o propósito de colher dados sobre o mercado de trabalho. Para o diretor executivo da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Marshal Raffa, o foco dos profissionais nessas informações é normal.

“É importante deixar claro que esses profissionais retornam sem conhecer o momento pelo qual passa o País. É comum eles contarem apenas com informações da família e da mídia”, diz o especialista.

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Segundo as contas do núcleo, outras 11 pessoas solicitaram informações sobre saúde, três pediram informações sobre educação, três quiseram informações relacionadas à área jurídica e seis, sobre previdência social. 

“Mesmo tendo uma bagagem exterior, esses profissionais têm medo do novo. No exterior, por exemplo, devia ser mais fácil ter um bom plano de saúde profissional. Aqui, as coisas são diferentes”, aponta Raffa.

Perfis
Os dados da instituição ainda revelam que 29 pessoas disseram ter ficado 25 anos fora do Brasil; 22 delas em torno de 15 anos e 23, cerca de 10 anos. Quanto aos retornos ao Brasil, 29 disseram que isso aconteceu há cerca de dois anos. Por outro lado, 13 responderam ter retornado ao País há aproximadamente um mês.

Por gênero, 83 eram do sexo masculino e 40, do feminino. Pessoas na faixa etária entre 36 a 45 anos foram as que mais procuraram o espaço (34 pessoas) e apenas três pessoas acima de 71 anos solicitaram informações. Os níveis de escolaridade dos profissionais também foram apurados. No geral, 51 disseram ter o Ensino Médio completo e apenas 2, pós-graduação.

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“Muitos só têm o Ensino Médio completo, ou seja, são pessoas que foram buscar o sonho de morar forar para ter melhores salários e condições, mas se depararam com uma carga horária e empregos desafiadores”, descreve o especialista.

Terra natal
Para voltar ao mercado de trabalho brasileiro, Raffa orienta aos profissionais que procurem saber ao máximo o que se passa no País. Caso contrário, eles correm o risco de passaram por surpresas desagradáveis.

“O executivo deve se aprofundar nas informações do País, utilizando todas as ferramentas possíveis, além de procurar informações do ramo de interesse. Mesmo tendo expêriencia, essa é uma mudança totalmente nova”, diz Raffa.

“Muitas empresas ainda têm um certo preconceito na hora de contratar executivos retornando do exterior. As companhias têm medo de que eles não se adapatem ao País ou que voltem para o estrangeiro ao sinal de qualquer mudança”, completa.

Os maiores fluxos de retorno de brasileiros do exterior são do Japão e dos Estados Unidos, países que tiveram forte impacto da crise financeira, iniciada em 2008, segundo estudos do Cnig (Conselho Nacional de Imigração).

No caso do Japão, informações de autoridades japonesas apontaram para um retorno de cerca de 80 mil brasileiros entre outubro de 2008 e abril de 2010, representando mais de 20% dos 317 mil brasileiros registrados no Japão em dezembro de 2007.

Núcleo
Inaugurado recentemente no bairro da Liberdade, em São Paulo, o Núcleo de Informação e Apoio aos Trabalhadores Brasileiros Retornados do Exterior já atendeu 123 pessoas que procuraram o espaço em busca de informações, em sua maior parte, de emprego. A expectativa é de que sejam atendidos cerca de 200 trabalhadores por mês.