Brasileiro usou quase 60% do mínimo para comprar cesta básica em 2008

De acordo com dados do Dieese, proporção é menor do que a registrada no primeiro ano do Plano Real (102,35%)

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – No primeiro ano do Plano Real, o brasileiro precisava usar mais de um mínimo (102,35%) para a compra da cesta básica, considerando o valor do salário já descontado a contribuição para a Previdência Social. Em 2008, por sua vez, o comprometimento do salário para a mesma aquisição caiu para 57,68%.

Os dados são da Pesquisa Nacional da Cesta Básica, divulgada na quarta-feira (7) pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

No mesmo período, também caiu a jornada de trabalho necessária para se comprar uma cesta básica. Em 1994, o brasileiro precisava trabalhar 225 horas e 10 minutos para poder adquirir produtos básicos. No ano passado, foram 126 horas e 54 minutos.

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Ano a ano

Desde 1994, o comprometimento do mínimo para a compra da cesta básica vem caindo gradativamente, com exceção dos anos de 1998, 2003 e 2008, que interromperam a tendência de queda, de acordo com a tabela abaixo:

Valor da cesta básica
x
salário mínimo em 2008
Ano Cesta básica x mínimo
1994 102,35%
1995 99,69%
1996 88,08%
1997 81,32%
1998 81,98%
1999 79,86%
2000 78,47%
2001 73,51%
2002 70,53%
2003 73,20%
2004 68,09%
2005 62,60%
2006 52,67%
2007 51,95%
2008 57,68%

Fonte: Dieese

Dezembro

Na comparação entre o custo da cesta básica e o salário mínimo líquido – após o desconto da Previdência Social -, é possível dizer que, em dezembro de 2008, havia o comprometimento de 57,18% do mínimo para a aquisição, ante 54,88% em novembro e 52,25% em dezembro de 2007.

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O tempo de trabalho necessário para a aquisição da cesta básica na média das 17 localidades correspondeu, em dezembro, a 115 horas e 44 minutos, bem superior ao exigido em novembro, de 111 horas e quatro minutos. A distância é ainda mais significativa em relação a dezembro de 2007, quando a jornada necessária era de 106 horas e 36 minutos.