Brasil terá excesso de profissionais qualificados em 2010, revela Ipea

Economia deve gerar 18,6 milhões de empregos para um contingente de 19,3 milhões de pessoas qualificadas

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – O Brasil terá excesso de mão-de-obra qualificada neste ano, revelou um estudo divulgado nesta quarta-feira (10) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

A economia brasileira deve gerar 18,6 milhões de empregos para a mão-de-obra qualificada neste ano, caso a projeção de crescimento de 5,5% do PIB (Produto Interno Bruto) se consolide. Já a oferta de profissionais qualificados deve ser de 19,3 milhões, o que representa quase 78% da força total de trabalho disponível para 2010.

Os setores com excesso de mão-de-obra qualificada devem ser serviços sociais, coletivos e pessoais (612,2 mil pessoas), industrial (145,9 mil) e agrícola (122,5 mil). Por outro lado, alguns setores vão precisar de mais profissionais qualificados do que o disponível, como é o caso de comércio e reparação, saúde, educação e serviços sociais, alojamento e alimentação e construção civil.

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Demanda por mão-de-obra
O setor econômico com maior demanda de trabalhadores qualificados deverá ser o do comércio e reparação, com quase 6,8 milhões, seguido da indústria, com quase 4 milhões de vagas, e de alojamento e alimentação, com mais de 2,3 milhões de vagas.

De todos os quase 19 milhões de empregos gerados, 2 milhões resultam da abertura de novas vagas no mercado de trabalho, sendo que a maior parte deles estará nos setores de comércio e reparação (850 mil), industrial (300 mil) e alojamento e alimentação (250 mil). Quando analisadas as localidades, São Paulo se destaca, com 700 mil novos postos, ante apenas 1,1 mil em Roraima, o estado que menos contratará mão-de-obra qualificada.

Outros 16,6 milhões dos empregos gerados neste ano dizem respeito aos postos disponibilizados por força da demissão de profissionais. O restante são as oportunidades abertas em outros países aos brasileiros qualificados.

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Oferta de mão-de-obra
O Brasil possui uma oferta de 24,8 milhões de profissionais, mas o problema é que nem todos têm qualificação necessária para o ingresso imediato no mercado de trabalho. A oferta decorre de 6,526 milhões de desempregados, somados a 1,667 milhão de novos ingressantes e de 16,616 milhões de profissionais demitidos por força da rotatividade.

Os dados mostram que, entre os desempregados, somente 1,902 milhão, o que representa menos de um terço do total, apresentam qualificação e experiência profissional. Já no contingente de 1,667 milhão de ingressantes, apenas 751,6 mil (45,1%) tendem a apresentar qualificação e experiência profissional para o pronto exercício do trabalho.

Aos trabalhadores sem qualificação (22,2% do total), o Ipea acredita que são necessárias políticas públicas de combate a essa exclusão. “Mesmo com o crescimento econômico, ainda continuará havendo um estoque de trabalhadores desempregados”.