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SÃO PAULO – Se, no passado, as pessoas chegavam à terceira idade e paravam de trabalhar, hoje, a realidade é diferente. Seja para se manterem ativos ou para conseguirem manter um padrão de vida, muitos idosos continuam a exercer uma atividade remunerada.
“Aqui no Brasil o idoso está mais absorvido no mercado de trabalho do que em outros países”, afirmou o cientista social e ex-coordenador da ONU (Organização das Nações Unidas), José Carlos Libânio. De acordo com dados compilados por ele, 16% dos aposentados trabalham para ficar ativos, enquanto 8% exercem a atividade para manter um padrão de vida.
“Quando perguntamos o que eles querem fazer, eles citam mais o trabalho do que o lazer. O trabalho é mais importante porque está ligado a se sentir ativo”, explicou o cientista social.
Segundo ele, os homens têm maior dificuldade em adaptar-se à vida sem trabalho. Já as mulheres participam mais de atividades como ONGs, cursos e trabalhos temporários.
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A importância da atividade
De acordo com o professor de Economia da Universidade do Estado do Novo México, Lowell Catlett, um problema que acontece em algumas sociedades é que a pessoa se aposenta e simplesmente pára de trabalhar, tornando-se um custo.
Já nas sociedades antigas, por sua vez, os idosos eram valorizados por sua sabedoria e trabalhavam até morrer. “É um risco achar que eles são improdutivos. Sabemos que se dermos uma oportunidade, eles o farão”, afirmou.
O professor ainda acrescentou dizendo que, quando o ser humano é ativo, ele se sente útil, o que melhora a saúde. Tudo isso significa que, ao trabalhar, o idoso se sente melhor.
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Fonte de renda
Além de ser bom para que os idosos se sintam ativos, o trabalho ainda é uma fonte de renda para a terceira idade. Os dados divulgados por Libânio apontam que 39% da renda dos idosos vem do trabalho. Veja, na tabela abaixo, as fontes de renda dos idosos brasileiros:
Fonte | Concentração (%) |
Previdência | 49% |
Trabalho | 39% |
Aluguéis de imóveis | 7% |
Outras rendas (inclusive financeiras) |
6% |