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SÃO PAULO – Os profissionais que trabalham em bancos têm sofrido cada vez mais problemas de saúde. Para se ter uma ideia, o número de queixas chega a atingir 84% dos trabalhadores entrevistados pelo Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região – que consultou a opinião de 818 profissionais de seis instituições do País.
De acordo com a pesquisa “O Impacto da Organização e do Ambiente de Trabalho Bancário na Saúde Física e Mental da Categoria”, apresentada na última quarta-feira (24) durante o seminário Saúde dos Bancários, 65% dos funcionários de bancos – o equivalente a 531 profissionais – alegaram apresentar problemas de estresse.
Problemas mais frequentes
Entre os problemas mais frequentes mencionados pelos bancários entrevistados estão a dificuldade de relaxar, com 52% dos votos, e a fadiga e cansaço constante, relatado por 47% dos profissionais. Outros sintomas como os de dor ou formigamento nos ombros, braços e mãos, no entanto, foram informados por apenas 40% dos trabalhadores.
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Os motivos que ocasionam tais problemas também são apresentados no estudo. De acordo com o Sindicato, 65% dos funcionários de agências alegaram sofrer com a pressão excessiva para o cumprimento e superação de metas: 72% são caixas e 63% gerentes. Além disso, 42% dos profissionais reclamaram da sobrecarga de trabalho.
Assédio moral
Outro assunto abordado pelo estudo foi a questão do assédio moral. De acordo com as informações apresentadas, aproximadamente 343 profissionais disseram já ter passado por este tipo de situação, sendo 49% o número de trabalhadores que acreditam não ter o reconhecimento que lhe é devido no ambiente de trabalho.
Segundo o secretário de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato dos Bancários, Walcir Previtale, as metas e o assédio moral têm levado muitos bancários à depressão, ao estresse pós-traumático e à síndrome do pânico. “Temos defendido o fim do assédio moral e das metas abusivas, já que tais ações podem causar lesões e trazer riscos como o de assalto, por exemplo”, informa.
De acordo com a Agência Brasil, do total de entrevistados, 44% informaram ter suas dificuldades expostas no trabalho e 31% já foram chamados de incompetentes.
Combate ao assédio
Para Previtale, o assédio moral se deve à política das organizações e à estratégia de gestão institucionalizada pelas empresas. “Elas não assumem e nem colocam isso em um comunicado interno, mas acabam permitindo as práticas de assédio moral”, diz o secretário que acredita que a grande maioria seja vítima deste tipo de sistema. “O responsável por este problema é o banco e é da direção que cobramos isso”, informa.
Atualmente, o próprio sindicato apresenta um programa de combate ao assédio moral junto à Federação Nacional dos Bancos desde janeiro deste ano.