Aumentos salariais em 2010 deverão ser os maiores, diz Dieese

No primeiro semestre, 97% das 290 negociações registradas conquistaram reajustes, registrou órgão

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SÃO PAULO – O coordenador de Relações Sindicais do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), José Silvestre Prado de Oliveira, afirmou que os aumentos salariais obtidos pelos trabalhadores em 2010 deverão ser os maiores desde que o órgão iniciou sua série histórica, em 1996.

O Dieese registrou, no primeiro semestre, resultados que corroboram para a projeção: durante o período, 97% das 290 negociações registradas conquistaram reajustes salariais iguais ou acima da inflação.

Em 2008 e 2009, por exemplo, o percentual de negociações com reajustes iguais ou superiores ao índice foi de 87% e 93%, respectivamente, conforme informações da Agência Brasil.

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“Vide os acordos que ainda são feitos com montadoras, com ganhos reais que superam a inflação. Há uma expectativa de que, em 2010, não apenas no segundo semestre, mas, quando nós fecharmos o ano, teremos, muito provavelmente, o melhor ano da série”, afirmou Silvestre.

Motivos
Os resultados favoráveis aos trabalhadores podem ser creditados, sustenta o coordenador, à conjuntura econômica favorável, com baixa inflação, maior massa salarial, aumento do emprego e previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em torno de 7%.

“Além disso, você teve também, no segundo semestre do ano, a data-base de algumas categorias fortes, como bancários, petroleiros, metalúrgicos, químicos, que são categorias com poder de negociação e poder de barganha. Esses são, normalmente, os acordos tidos como referência pelas outras categorias”, disse.

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Reivindicações
Os bancários, metalúrgicos e petroleiros passam, no momento, por processo de negociação salarial, e parte das propostas apresentadas representam ganhos reais aos trabalhadores.

No caso dos petroleiros, a FUP (Federação Única dos Petroleiros), ligada a CUT (Central Única dos Trabalhadores), analisa a proposta da Petrobras, que representa um ganho real de 3,6% a 4,7%, de acordo com a faixa salarial.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, quatro dos seis grupos do ramo fecharam acordo com as fábricas de 9% de aumento salarial, mais do que o dobro da inflação do período, de 4,2%. Este é o maior aumento real nos últimos dez anos.

Os bancários vão receber a proposta das instituições financeiras no próximo dia 22.