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SÃO PAULO – O reajuste de salário dos profissionais brasileiros para o próximo ano deve ficar de acordo com a inflação para o ano que vem, conforme revelou pesquisa realizada pela Hewitt Associates.
De acordo com os dados, o PIB (Produto Interno Bruto) de 2009 deve crescer 3,5%, enquanto a projeção para a inflação é de 4,85% (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e 5% (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
Por outro lado, o que está previsto de reajuste em acordos coletivos é uma alta de 5,8% para executivos e supervisores, 5,9% para profissionais em geral e 6,1% para aqueles que atuam em níveis operacionais.
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Salários e benefícios
Quando considerados os aumentos salariais totais – resultado da soma do acordo coletivo e do aumento por mérito – devem ser praticadas as seguintes elevações no próximo ano: 7,6% para executivos, 7,7% para supervisores e profissionais em geral e 7,3% para o nível operacional.
Conforme mostrou a pesquisa, em 2008, as empresas tiveram que conceder elevados índices de aumentos salariais por força de acordos coletivos. E isso as levou a reduzir os aumentos por mérito. Em 2009, a perspectiva é de que o mesmo fato se repita, com aumentos promovidos por acordos em percentuais próximos à inflação e aqueles relacionados ao mérito mais seletivos.
Na tabela abaixo é possível analisar o que foi praticado, em termos de salários e benefícios, em 2008, e o que é esperado para 2009:
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Aumentos por acordo coletivo | 2008 | 2009 | Aumentos por mérito | 2008 | 2009 |
Executivos | 5,7% | 5,8% | Executivos | 3,1% | 3,2% |
Supervisores | 5,6% | 5,8% | Supervisores | 3,0% | 2,9% |
Profissional | 5,8% | 5,9% | Profissional | 2,8% | 2,6% |
Operacional | 6,0% | 6,1% | Operacional | 2,8% | 2,4% |
Fonte: Hewitt Associates
A crise financeira
De acordo com o diretor-geral da Hewitt Associates, Carlo Hauschild, o agravamento da crise financeira mundial e seus desdobramentos na economia poderão pressionar os reajustes ao encontro do índice de inflação, e nada além disso.
Ainda de acordo com ele, os profissionais de RH (recursos humanos) devem preparar já um plano alternativo, caso a crise se acentue e provoque perdas ainda maiores às empresas, para poder evitar cortes de reajustes e benefícios.
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Já para a consultora sênior de Remuneração da empresa, Patricia Hanai, “devido ao agravamento recente e à incerteza em relação à extensão e profundidade da crise econômica e seus impactos, as empresas têm adotado posturas mais conservadoras na gestão salarial”.
“No cenário atual, como profissional de RH, é preciso apoiar a atração/retenção dos profissionais com foco nas oportunidades e desenvolvimento profissional e perspectivas de carreira no longo prazo”, disse Patrícia.
A pesquisa
Para a realização do levantamento, foram contatadas 187 empresas de diversos segmentos, como tecnologia, bens de consumo, automóveis e varejo, sendo que cerca de um terço das empresas faturam entre R$ 200 milhões e R$ 700 milhões por ano. A maior parte das empresas pesquisadas têm capital de origem norte-americana (46%); brasileira (17%); alemã (10%); francesa (8%); e holandesa (4%).