Aumento do IOF não vai controlar a inflação, segundo presidente da CNDL

Segundo o presidente, a alta do imposto não terá impacto sobre a inflação nas vendas dos setores de alimentação e vestuário

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SÃO PAULO – As novas medidas anunciadas pelo governo, de aumentar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), para restringir o acesso ao crédito não vão controlar a alta dos preços, apesar de haver um forte impacto no comércio varejista, afirmou o presidene da CNDL (Confederação Nacional dos Diretores Lojistas), Roque Pellizzaro Junior. Para ele, se a medida é para controlar a inflação, então ela será em vão.

“Não acredito que isso vá servir como uma maneira de brecar essa pressão inflacionária que está acontecendo”, afirmou Pellizzaro, segundo a Agência Brasil. Ele destacou que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de março foi mais pressionado por produtos e serviços não ligados à restrição de crédito, como alimentação, transporte e aluguel.

Consumo
O presidente da CNDL ainda afirmou que a pressão inflacionária vem do aumento do consumo. Deve-se levar em conta também que houve aumento do mínimo para R$ 545, fazendo com que mais de R$ 40 bilhões sejam injetados na economia.

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“Isso sim vai gerar pressão inflacionária. Não tenho uma bola de cristal para saber qual a medida mais adequada, mas tenho convicção de que o aumento de IOF como medida restritiva de crédito não vai segurar isso”, argumentou Pellizzaro. 

Medidas
Na quinta-feira (7), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou o aumento do IOF em operações de crédito destinadas a pessoas físicas, passado de 1,5% para 3%

De acordo com o ministro, o aumento atingirá todas as compras a prazo. A intenção do governo é conter o consumo e, consequentemente, aliviar pressões sobre a inflação.

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Para Pellizzaro, os setores que sentirão mais o impacto da medida são os de automóveis e eletrodomésticos de grande porte. Por outro lado, de acordo com ele, o aumento do imposto não terá impacto sobre a inflação nas vendas dos setores de alimentação, vestuário e calçados.

“Ele [o consumidor] vai ter que dar uma segurada. Vai ter que avaliar e procurar prazos menores para poder pagar menos juros e menos impostos. Na verdade, para o consumidor, o IOF tem o mesmo impacto dos juros”, concluiu.