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SÃO PAULO – Os reajustes salariais obtidos em 2004 não alimentaram a inflação. Segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), a explicação está no fato de a renda dos trabalhadores não ter crescido.
Apesar da diminuição das taxas de desemprego e dos aumentos representativos nos salários no ano passado, a renda real do empregado foi reduzida em um terço desde o início do Plano Real, quando descontada a inflação.
O Dieese divulgou nesta quarta-feira (30) o relatório anual de acompanhamento de negociações sindicais, que mostrou que cerca de 81% das 658 negociações registradas tiveram reajustes maiores ou iguais a inflação registrada pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apurado nos 12 meses anteriores a cada data-base.
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Total de rendimento continua baixo
O diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, explica que a massa da renda dos trabalhadores caiu 0,3%, apesar do crescimento de 1,5 milhão de novos empregos com carteira assinada. Segundo ele, o que influi na inflação é esse total do rendimento, que continua baixo. Sem o aumento da renda, não há como crescer a demanda ou o consumo, fatores que realmente estimulam a inflação.
No caso do estado de São Paulo, por exemplo, 30% da mão-de-obra é anualmente e o trabalhador entra sempre ganhando menos. O salário médio na região recuou para R$ 1.006 em janeiro, o menor nos últimos 20 anos.