Auditores fiscais decidem nesta quinta-feira se continuarão em greve

Unafisco admite que trabalhos de fiscalização para exportação de produto estão atrasados e prejudicando empresas

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Os auditores fiscais de todo o Brasil irão decidir, na próxima quinta-feira (8), se continuarão em greve. Eles se reunirão em assembléias. Em entrevista à InfoMoney, o vice-presidente do Unafisco Nacional (Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal), Gelson Santos, explicou que representantes da categoria se reuniram na última terça-feira (6) com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

Durante a conversa, que durou pouco mais de trinta minutos, o ministro afirmou que o governo já chegou ao limite financeiro na proposta de reajuste salarial, mas que haveria espaço para avanço nas negociações, caso os auditores voltassem a trabalhar.

Por conta disso, Santos disse à InfoMoney que “é provável uma suspensão temporária da paralisação, de 20, 30 dias”. Ele afirmou ter esperança de que haverá avanço nas discussões quanto à questão do fosso salarial e do sistema de avaliação de carreira.

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“O governo havia prometido que nós seríamos a primeira categoria a ter um sistema de avaliação de carreira, para promoção dos profissionais. Entretanto, queremos discutir e melhorar alguns critérios. Ao nosso ver, o critério estipulado pelo governo é muito subjetivo”.

Progresso da carreira e equiparação salarial

Em referência à abertura às propostas do governo, o vice-presidente da entidade ainda lembrou que a categoria reivindica a equiparação salarial com os ganhos dos delegados da Polícia Federal, cujo reajuste ocorrerá em fevereiro do ano que vem, ficando em R$ 19.699.

“O governo acabou propondo aos auditores a quantia de R$ 19.251. É uma diferença pequena, que não justifica a continuidade da greve. Mas não perdemos a esperança”.

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O presidente do Unafisco Nacional, Pedro Delarue Tolentino Filho, por sua vez, enfatizou que os auditores não abrem mão de discutir a progressão da carreira. “Acreditamos que, com a abertura do diálogo, com o apoio dos parlamentares, nós poderemos criar um ambiente favorável na parte financeira. Não estamos abrindo mão disso”, enfatizou.

Setores estão parados em função da greve

Paulo Bernardo afirmou à Agência Brasil que haverá corte de ponto de dias parados. “O entendimento do governo é que, no dia parado, não houve trabalho, portanto não temos que pagar. Isso já é decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e do STF (Supremo Tribunal Federal)”.

O ministro disse que a greve não trouxe prejuízo ao governo, que continua arrecadando. Seu apelo é para que os auditores voltem ao trabalho, porque há outros setores parados em função da greve. “O que está acontecendo é que a barreira está cheia de caminhoneiros parados, há empresas que não conseguem liberar matéria-prima para produzir o seu produto para exportação”.

Gelson Santos admitiu que os trabalhos de fiscalização para importação e exportação de produtos, de fato, estão muito atrasados e prejudicando as empresas.