As perguntas que devem ser feitas numa entrevista de emprego (e as que evitar)

O InfoMoney consultou recrutadores que deram dicas para ganhar pontos positivos durante a entrevista

Giovanna Sutto

Palavras-chave para o currículo

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SÃO PAULO – Para conseguir um emprego, muitos candidatos gastam um tempo se preparando para as entrevistas. Mas saiba: o processo não deve se restringir a estar pronto para responder às questões do entrevistador.

Segundo Lucas Papa, gerente da empresa de recrutamento Michael Page, o candidato deve fazer perguntas para aprender mais sobre a função e tentar avaliar se é adequada ao seu perfil.

É uma atitude vista com bons olhos pelos recrutadores. Mostra interesse na vaga e engajamento na oportunidade”, diz. O risco é cometer gafes. Para evitá-las, o candidato deve se preparar. 

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Rodrigo Vianna, CEO da recrutadora Mappit, do grupo Talenses, afirma que uma maneira de não errar é questionar no momento oportuno, e elaborar o que vai dizer.

“É mais sobre como a pergunta é elaborada, do que pelo conteúdo. O candidato pode perguntar: ‘como funciona o plano de carreira?’ ou ‘quanto tempo demora para eu crescer aqui dentro?’. A primeira é super relevante, a segunda é arrogante. Saber elaborar a dúvida é essencial. Por isso é preciso fazer a lição de casa”, diz. 

Algumas perguntas, porém, não devem ser feitas. Segundo Papa, é preciso cuidado para não mostrar desconhecimento sobre a empresa. Perguntar qual é o ramo da atuação da companhia, por exemplo, não vale: o candidato já deveria saber disso, e mais, ao chegar para a entrevista.

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Outras questões que devem ser evitadas: “como é o happy hour da empresa?” e as que abordam detalhes sobre a vida pessoal do entrevistador: “Você é casado? Tem filhos?”.

Confira quais perguntas os candidatos podem fazer para se destacar durante um processo seletivo:

“A vaga pela qual estou competindo é nova ou é uma substituição?”

“O profissional precisa entender se ele se encaixa na função. Então, entender o histórico da posição é importante. Na entrevista o candidato também avalia a empresa. O recrutador pode falar que é uma substituição sem dar detalhes ou comentar que, por exemplo, a função exige algumas viagens por mês e o profissional que estava nela até então não tinha essa disponibilidade – e já te dá uma informação extra sobre a vaga”, explica Papa.

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“Como meu desempenho será avaliado?”

É importante entender as prioridades da empresa e se isso é algo com o qual você se sentirá confortável e motivado a trabalhar”, afirmou Paul Wolfe, vice-presidente sênior de recursos humanos globais da Indeed, à CNN. 

“Quais os principais desafios da posição?” 

Segundo Papa, ainda que seja um ponto fundamental, ele nem sempre surge espontaneamente durante a entrevista. “Nos primeiros meses, o candidato estará se adaptando ao estilo da empresa e com as suas responsabilidades. Estar ciente dos obstáculos que podem surgir dá uma vantagem para o profissional. A oportunidade existe e não há problema em questionar sobre isso”, afirma.

“Como funciona a cultura da empresa” ou, um pouco mais formal, “Qual é o estilo de gerenciamento da empresa?”

“Uma perspectiva do recrutador pode ajudar o candidato a entender melhor como o ambiente ali dentro funciona. Claro que algumas empresas já possuem culturas mais claras e, durante o processo seletivo, já dão alguns sinais, mas é sempre relevante estar ciente sobre esse aspecto”, diz Papa.

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Além disso, se o candidato fizer essa pergunta para mais de uma pessoa durante as diferentes etapas do processo, pode ouvir diferentes perspectivas.

“A empresa fez um lançamento na China, como você acha que os protestos de Hong Kong afetarão isso?”

Esse é um exemplo de pergunta que mostra que é importante entender o contexto e como ele afeta os negócios.

Para estar preparado para fazer esse tipo de questionamento, o candidato precisa ler sobre a empresa, em seu próprio site e também em outros veículos.

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“Isso mostra que o candidato está atento aos eventos atuais e que está interessado nos grandes quadros, tendências e estratégia da companhia”, afirma Dorie Clark, empreendedora e autora do livro “Entrepreneurial You: Monetize Your Expertise, Create Multiple Income Streams, and Thrive” (Empreenda-se: monetize sua expertise, crie múltiplas rendas e prospere”, em tradução livre). 

“Mais alguma dúvida sobre o meu perfil?”

Papa explica que deixar-se a disposição do entrevistador é uma boa cartada. “É algo simples e que dá  credibilidade, mas que nem todo mundo faz. Além do mais, o recrutador realmente pode lembrar de algo que faltou ou perguntar algo extra”, diz o executivo.

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.