As 5 perguntas que você deve fazer antes de prestar um concurso público

Segundo especialista, muitos profissinais se atentam apenas às regalias dos servidores, sem pensar em sua satisfação no cargo

Luiza Belloni Veronesi

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SÃO PAULO – Estabilidade, bons salários e aposentadoria garantida são algumas das vantagens que muito brasileiros buscam ao se inscreverem em concursos públicos. Não à toa, os concursos estão cada vez mais concorridos, com milhares de inscrições a cada lançamento de vagas. Mas, afinal, será que você tem um perfil de funcionário público?

Segundo o especialista em Executive Coach, Guilherme Piazzetta, muitos profissionais se atentam apenas às regalias dos servidores, sem pensar em sua satisfação no cargo. “É importante lembrar também que muitos conceitos sobre o serviço público, como a segurança empregatícia, são subjetivos”, contou. “Para alguns, segurança significa ter um salário garantido todos os meses. Para outros, os quais já possuem alguma estabilidade financeira de outras fontes, segurança pode ser autonomia em sua agenda, ou ocupar um cargo de liderança.”

O executivo acrescenta que existem cinco questões-chaves pelas quais será possível analisar se você tem perfil para um cargo público. “A partir dessas respostas é possível tomar decisões sobre o futuro emprego”. Confira abaixo quais são elas:

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1. Em uma escala de 0 a 10, qual seu nível de satisfação com a vida profissional atual?
O profissional precisa entender o quão está insatisfeito hoje em relação ao nível máximo de sua expectativa de realização profissional futura. “O ser humano normalmente se motiva por eliminar uma dor presente ou buscar um prazer futuro”, disse Guilherme.

2. Os benefícios da vaga ofertada contemplam alguma característica do nível máximo de realização nessa escala?
O candidato precisa eliminar a chance de buscar o concurso apenas como uma fuga da situação atual. “As pessoas tendem a aceitar qualquer nova situação profissional para eliminar o problema atual. Mas isso é um equívoco, pois essa satisfação é temporária.”

3. Em cinco anos, como o candidato se imagina extremamente realizado profissionalmente?
Na opinião do executivo, a frustração é gerada por uma expectativa mal dimensionada. Como o cargo público tende a gerar um comprometimento ao longo prazo, essa pergunta se faz necessária para ajuda na sustentação e motivação para a ação diária do servidor. “É importante fazer esse alinhamento prévio das expectativas futuras que impactarão na qualidade de vida do candidato.”

4. Os ganhos obtidos com o resultado do cargo fazem parte dessa realização futura?
É preciso colocar na balança todos os termos específicos, como salário, região que irá atuar e se terá de se deslocar, posição atual e se há possibilidade de crescer, opções de lazer nas proximidades, proximidade dos familiares, entre outros fatores, e verificar se eles estão alinhados com suas expectativas.

“De outra forma, o candidato trocará uma ‘estabilidade’ futura distorcida por sua realização profissional e pessoal genuína.”

5. O candidato possui consciência das atividades que vai exercer no cargo?
Na maioria das vezes, descreve Guilherme, o candidato aposta suas expectativas em um título e seus benefícios, não se atentando a todas as funções que o cargo abrange. “É importante que ele conheça também as funções e atividades diárias específicas inerentes a esse cargo, para que assim possa dimensionar melhor suas expectativas sobre a área técnica de atuação”, finalizou o executivo.