Área de moda oferece vagas, mas formandos estão preparados?

Pesquisa realizada pelo portal Carreira Fashion revela que 73% acreditam que egressos estão parcialmente preparados

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – O mundo de glamour, que inclui desfiles, grandes marcas e cifras, atrai estudantes para a faculdade de Moda, mas a profissão vai muito além disso e tem exigido cada vez mais dos formandos.

“Além das competências habituais para os diversos cargos compreendidos em todos os elos da cadeia têxtil, o mercado quer que os estudantes tenham visão de negócio e habilidade numérica, além do espírito empreendedor”, disse o diretor da Escola de Empreendedores – Moda e Negócios e do Portal Carreira Fashion, Airton Embacher.

Faculdades

Uma pesquisa realizada pelo portal com profissionais de recursos humanos (RH) de 53 empresas de moda do estado de São Paulo, para identificar se as instituições de ensino estão formando profissionais competentes, revelou que apenas 19% das empresas responderam sim, ante 9% que disseram não.

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O restante, que totalizou 73%, respondeu que os profissionais estão parcialmente preparados. “O ensino de moda já avançou muito no Brasil nesses 20 anos de existência e, em função disso, o profissional com graduação na área já tem reconhecimento no mercado, mas ainda há espaço para melhorar”, explicou Embacher.

Questionados sobre o conhecimento do egresso das faculdades de moda, 11% dos profissionais de RH responderam ser distante da realidade, enquanto a mesma proporção disse ser adequado e 78%, parcialmente adequado.

Embacher lembra que a formação do egresso não depende apenas da faculdade, mas do interesse do aluno e sua dedicação ao longo da formação, que são essenciais para o sucesso.

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Lado positivo e negativo

Os dados mostram que o estudante está melhor no que diz respeito à pesquisa de moda, desenho, repertório de moda, criação e desenvolvimento do produto e estética. Por outro lado, precisa melhorar o desempenho em programação e controle da produção, compras, varejo e atacado, desenvolvimento de fornecedores, costura e processos produtivos.

Os pontos fortes dos estudantes, segundo os profissionais de RH, são a apresentação pessoal, a vontade de aprender e o comprometimento, enquanto os pontos fracos são o espírito empreendedor, a falta de persistência e de paciência.

Áreas de atuação

Os estudantes de moda são, em sua maioria, mulheres jovens das classes A, B e C. Há também mulheres acima de 35 anos que já atuam na área, mas que não tiveram a oportunidade de fazer uma faculdade no passado, quando os cursos de moda não existiam no Brasil. Empreendedores ou herdeiros de empresas de confecção que buscam profissionalização também estão entre os estudantes.

Eles podem atuar em toda a cadeia têxtil, da fiação ao varejo, passando pela malharia, tecelagem, empresas de beneficiamento, lavandeiras, fábricas de aviamentos e confecções, dentre outras. Além disso, o estudante ainda pode ir para as áreas de negócios de moda, para comunicação como produção de moda, styling, fotografia de moda e organização de eventos.

“É um campo realmente muito vasto. Mas a maioria das instituições tem focado no design de produto para confecção e no varejo de moda”, disse Embacher. “Muitos buscam a área por causa do glamour, mas as principais vagas de trabalho estão longe desse glamour”, completou.