Após crise econômica, empresas investem em gestão de risco, diz pesquisa

Empresas buscam profissionais especializados em gerenciar riscos financeiros, chamados de Chief Risk Officer

Karla Santana Mamona

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SÃO PAULO – Após a crise econômica mundial, as empresas de todo o mundo estão investindo mais em gestão de riscos. É o que revela um estudo realizado pelo Korn/Ferry Institute com executivos seniores e integrantes de Conselhos de Administração de mais de 65 países.

As empresas estão mais atentas ao próprio mercado, ao governo, à sua reputação e aos riscos. Na análise de 59% dos profissionais entrevistados, este movimento de mais atenção à gestão de risco tem sido considerado muito positivo. Apenas 28% disseram que não perceberam mais atenção das empresas nesta questão.

Executivos brasileiros
No caso dos executivos brasileiros, as opiniões se dividem, já que 55% apontam impacto positivo da gestão de risco em sua operação, enquanto 45% afirmam que não notaram mudança significativa. De acordo com o levantamento, isso ocorre porque no Brasil as lideranças têm histórico de gestão em momento de crise. Além disso, os executivos tendem a ser mais conservadores na busca de recursos para alavancar os negócios.

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“O equilíbrio frágil da economia global atingido pelos recentes colapsos tem gerado efeitos nas organizações de todo o mundo. Nasce um novo ambiente corporativo marcado por mais atenção e conscientização dos excecutivos sobre a importância do planejamento da gestão de risco”, explica o sócio-diretor do Korn/Ferry, Paulo Amorim.

Dados mais claros
Os profissionais acreditam também que as empresas têm melhorado tanto a qualidade da supervisão como os relatórios elaborados para os Conselhos de Administração. Isso ajuda para que os executivos tenham dados mais claros que possibilitam melhor planejamento da gestão de riscos.

O tempo dedicado às questões de risco também aumentou, o que foi indicado por 57% dos entrevistados. No Brasil, a porcentagem é de 50%.

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Entre os líderes, 26% disseram não ter percebido mudanças significativas na atenção das lideranças à questão dos riscos, enquanto outros 14% apontam que os executivos estão dedicando menos tempo a este assunto. Já o percentual de entrevistados brasileiros que não percebe mudanças é de 17%.

Responsável por avaliar os riscos
As empresas também estão investindo em profissionais especializados em gerenciar riscos financeiros, estratégias de negócio, concorrência e legislação, os chamados Chief Risk Officer. Em nível global, 20% dos entrevistados apontam ter em suas empresas um profissional assim. Já outros 43% atribuem a responsabilidade pela gestão de riscos ao diretor Operacional, enquanto 19% dos entrevistados apontam que é do presidente.

No Brasil, os dados são diferentes. Apenas 13% dos apontam a existência deste profissional da área e 60% atribuem a gestão de riscos como responsabilidade direta do presidente. Este resultado pode ser explicado porque este profissional ainda está mais ligado ao operacional ou atua cuidando de empresas que tenham riscos mais diretamente envolvidos na operação, como as indústrias químicas.

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“No Brasil, cada vez mais, cresce a necessidade do executivo capaz de antecipar riscos e soluções e meios de prevenção e para mitigar riscos dentro de uma operação, sejam eles de qualquer natureza, inclusive considerando seu próprio risco profissional em uma empresa”, finaliza Amorim.