Apesar do trauma, líder pode aprender com quem deixa a empresa

Para consultora, a principal lição no processo de demissão é a identificação das fragilidades da equipe e do líder

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Um processo de demissão é sempre traumático, mesmo quando é o funcionário que está deixando a equipe. Existem as fofocas nos corredores, que prejudicam o ambiente, e as atividades que não foram finalizadas, o que acaba por influenciar no trabalho de muitos profissionais.

Porém, apesar de tudo isso, é possível aprender com a situação. “Uma demissão é sempre um aprendizado”, afirmou a consultora da Robert Half, Adriana Cambiaghi. De acordo com ela, a maior lição em um processo de desligamento é a identificação das fragilidades da equipe, da empresa e, principalmente, do líder.

Conforme Adriana explicou, quando uma pessoa deixa a equipe, é preciso fazer perguntas para saber o que a incomodava. Questione se o motivo do desligamento é pessoal ou algo na empresa mesmo. A pessoa simplesmente não gostava do trabalho que desenvolvia? Então, não é um problema da empresa ou da liderança!

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Se for algo na empresa, é preciso analisar se existem rixas entre colegas. “O líder percebe, com isso, as fragilidades de sua equipe”, explicou Adriana. Existem outros membros da equipe insatisfeitos? Caso a resposta seja positiva, o problema pode ser na gestão do grupo. “Com esse feedback, o líder consegue se desenvolver”, ponderou.

Emoções à flor da pele

A demissão envolve muitas emoções: medo, ressentimento, ansiedade pelo novo momento. Por isso, é preciso ter bastante calma durante o processo. De acordo com Adriana, na maioria das vezes não é possível identificar se o profissional está dando seu depoimento baseado mais em sentimentos do que na própria razão.

“Não é simples. Por isso, cabe ao líder manter a calma, a tranquilidade e uma postura profissional, sempre”, disse a consultora.

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Como saber se o profissional está embalado pelo emocional? “Se ele começar a exagerar e a chorar, você sabe que não é profissional, mas emocional”. Porém, nada de ter dó e voltar atrás na decisão.

Uma pesquisa mundial realizada pela Robert Half mostrou que quem pede demissão e tem uma contra-proposta tende a pedir demissão novamente no prazo de até oito meses. Isso acontece porque, quando pede a demissão pela primeira vez, a pessoa já tomou a decisão de sair. Mesmo que fique por mais um tempo, ela vai voltar atrás.