Apesar da crise, 61% dos empresários irão aumentar salários segundo inflação

Das empresas de 36 países, só 21% darão aumento salarial a seus empregados. E 3% delas querem reduzi-los

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Pesquisa realizada pela Grant Thornton International, representada no País pela Terco Grant Thornton, revela que 61% dos empresários brasileiros pretendem aumentar os salários de seus funcionários de acordo com a inflação em 2009, ao passo que 20% devem ofertar reajustes ainda maiores e outros 12% irão manter os valores.

“O número de empresas brasileiras que vão aumentar os salários é alto porque as leis trabalhistas garantem essa reposição. As empresas que não darão aumento algum terão de negociar benefícios, sociais ou econômicos, com os sindicatos de cada categoria profissional”, explica o sócio-coordenador da divisão de tributos da Terco Grant Thornton, Wanderlei Ferreira.

Brasil difere do resto do mundo

O Brasil parece estar remando contra a maré. Para se ter uma ideia, 21% das empresas de 36 países não darão aumento salarial a seus empregados este ano. E não é só isso: 3% delas querem reduzir os salários.

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No total, foram ouvidas 7,2 mil empresas. Dessas, apenas 10% mostraram disposição para dar aumentos salariais a seus funcionários superiores à inflação, enquanto 54% apenas irão repor este índice. “Como as taxas de inflação estão caindo em todo o mundo, os aumentos salariais baseados apenas neste índice não trarão ganhos”, afirmou o líder global da Grant Thornton International para privately held businesses, Alex MacBeath.

No que tange ao aumento de vagas, as tendências também não são animadoras: metade das empresas pretendem manter o mesmo número de colaboradores, e 27% querem até cortar postos de trabalho. Aquelas que pretendem aumentar a equipe, por sua vez, somaram 23%.

As previsões mais pessimistas são dos países da Ásia, onde 29% das empresas não pretendem aumentar os salários – em Taiwan, por exemplo, 72% dos empresários consultados responderam que não darão reajustes salariais este ano. Outros 10% darão aumento de acordo com a inflação ou um pouco mais.

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Emprego real em 2008

O emprego real cresceu 0,5% em 2008, em média, entre as 7,2 mil empresas ouvidas pela pesquisa (das quais 150 são brasileiras). O aumento é positivo, em um cenário de crise mundial, mas deixa a desejar na comparação com o resultado de 2007, de 4%.

Para MacBeath, “com a atual situação econômica mundial, o desemprego já é realidade em muitos locais e, por isso, não vemos chances de crescimento do emprego em 2009”.

Isso fica claro na pesquisa. Quando questionados sobre as expectativas de emprego para o próximo ano, a maioria dos empresários afirma que espera diminuir, e não aumentar suas equipes. A média global (média entre as respostas positivas e negativas) é de -4%.

As empresas mais otimistas estão no Vietnã (+60%), em Botsuana (+49%) e na Armênia (+35%). Entretanto, há países bem pessimistas, como o Chile (-33%), Hong Kong (-35%) e Espanha (-42%). Nesta pergunta, o índice do Brasil foi de +20%. Em 2008, em todo o mundo, essa média era de +33%, percentual muito superior aos atuais -4%.