Analista de dados tem salário de até R$ 12,5 mil – e vagas de sobra

Na "profissão do futuro", a missão é "garimpar" dados desestruturados, interpretá-los e criar estratégias e decisões para promover o desenvolvimento do negócio   

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – Este ano promete reaquecer o mercado de trabalho após um período cheio de desafios marcado por resquícios da crise econômica no país. Mas a chegada da tecnologia está transformando muitas profissões, e saber se posicionar em meio a esse novo momento é essencial para ter sucesso profissional. Neste sentido, uma profissão que vem ganhando espaço é a de analista de dados.

O cargo desperta o interesse de diversas pessoas pelo alto número de vagas disponibilizadas pelas empresas e pela remuneração, que pode variar de R$ 5,5 mil a R$ 12,5 mil, de acordo com relatório da consultoria Robert Half.

Na prática, esse profissional tem a missão de “garimpar” dados desestruturados, interpretá-los e, a partir daí, criar estratégias e tomar decisões para promover o desenvolvimento do negócio. A última edição do Fórum Econômico Mundial apontou a profissão como uma das mais relevantes para o mercado até 2020.

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A conjuntura de mercado deve se manter favorável para a área nos próximos anos. “Toda empresa que gera dados, seja de finanças, educação, marketing ou indústria, se ainda não tem, irá precisar contratar um profissional para analisá-los e tomar decisões com base em informação, sem contar com a sorte ou intuição”, explica Tiago Mesquita, general manager da escola de tecnologia Ironhack no Brasil.

Kamilla Felix trabalha como analista de dados há sete anos e conta que uma das vantagens da carreira é que é possível trabalhar em vários segmentos. “Você precisa de uma base de dados para vender diversos tipos de produtos.Temos uma atuação bem ampla, além de uma rotina bem dinâmica. Cada dia é um dia único, cada projeto que você está desenvolvendo é um novo desafio”, explica.

Segundo ela, um analista de dados pode trabalhar em três principais vertentes: com a parte mais técnica de programação; na frente de Business Intelligence (BI), que faz análise de performance de uma campanha de mídia, por exemplo; ou ainda com análise de comportamento baseada em dados, que avalia se as pessoas estão ou não aceitando um produto. 

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Felix, que trabalha em uma grande agência publicitária, hoje atua no viés de análise de comportamento.

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“Chega um projeto de cliente e tenho que ajudar a analisar a performance da campanha. Eu acho importante atuar como analista de dados e especificamente nessa parte de comportamento porque as informações que você consegue por meio de dados são sempre confiáveis”, diz a profissional. “Você tem embasamento para argumentar uma mudança ou continuar uma estratégia que vem dando certo. É possível evitar crise de identidade da marca analisando a performance dos produtos que ela vende, por exemplo”, afirma.

No Brasil, ainda não há uma faculdade que forme especificamente um analista de dados. Independentemente da formação superior escolhida, ajuda fazer cursos de especializações, que geralmente exigem conhecimentos em programação, estatísticas e gestão de negócios. 

Perfil do profissional

Mesquita explica que os interessados que almejam atuar como analista de dados devem ter inicialmente interesse por programação e estatística, além de capacidade analítica.

“Essa versatilidade de habilidades é necessária, pois quando a empresa está na fase de coleta de dados, o profissional precisa focar suas atividades no desenvolvimento e manutenção da infraestrutura de dados, databases, códigos e processamento de dados. Quando ele precisa gerar a informação, os conhecimentos em estatísticas serão relevantes para tradução dos dados aos gestores”, complementa.

Félix revela que também é necessário ser um profissional com as chamadas soft skills, ou habilidades interpessoais, principalmente ao trabalhar diretamente com clientes, como ela. “Certamente precisa saber lidar com números e Excel, mas entender do comportamento social, e saber lidar com pessoas também ajuda muito. Um analista de dados o tempo todo levanta hipóteses e confirma com os dados”, explica.

Outras características essenciais, segundo Mesquita, são curiosidade e organização para lidar com os dados de mercado. 

Há vagas

Entre as vantagens de se especializar na profissão é que a demanda está alta e ainda há poucos profissionais no mercado – relativamente novo. Por outro lado, vale lembrar que uma das dificuldades pode ser a progressão de carreira.

“A maioria das empresas ainda não tem um plano de carreira definido porque é uma profissão nova. O desconhecimento por parte das empresas ainda existe e por vezes, o profissional contratado é o primeiro dessa área dentro da empresa. Como a área é nova, pouca gente sabe o que fazer com ela”, diz Mesquita. 

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.