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Ampliação do seguro-desemprego gera expectativa ruim ao trabalhador

De acordo com consultora do Cenofisco, acréscimo de parcelas cria a expectativa de um longo período sem emprego

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, revelou que mais de 216,5 mil trabalhadores demitidos em dezembro e janeiro, por conta da crise mundial, poderão receber duas parcelas extras do seguro-desemprego.

De acordo com a consultora trabalhista e previdenciária do Cenofisco (Centro de Orientação Fiscal), Andreia Antonacci, a decisão mexe de maneira negativa com as expectativas do trabalhador brasileiro, já que, se o governo amplia as parcelas do seguro, ele mesmo espera um tempo maior para a recolocação dos profissionais, o que não é um bom sinal.

“Muitos dos trabalhadores demitidos alegam que o mais importante é uma nova colocação no mercado de trabalho, ao invés de parcelas do seguro-desemprego, pois este acréscimo de parcelas cria a expectativa de um longo período sem emprego”, explicou.

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Decisão

Com a crise mundial e as demissões em todos os setores, o governo reavaliou a lista de atividades em que os demitidos teriam o aumento no número de parcelas a serem recebidas a título de seguro-desemprego.

Com a conclusão da segunda fase dos estudos realizados pelo MTE, o número de contemplados com a extensão do benefício cresce para 320.207, o que significa que o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) terá de disponibilizar mais R$ 263,7 mil. No total, serão disponibilizados R$ 390 milhões para atender a todos que entraram na lista.

“Tal procedimento foi em decorrência do entendimento de que as demissões não ocorrem apenas nas grandes empresas e nos grupos de demissões em massa, mas sim em todos os ramos indistintamente, ou seja, todos os ramos estão demitindo”, afirmou a consultora.

Crise econômica

O cenário instável foi o motivo pelo qual o ministério aprovou a ampliação das parcelas do seguro-desemprego. Em março, 103,7 mil trabalhadores demitidos somente em dezembro foram contemplados.

Na lista, entraram aqueles que trabalhavam nos setores mais atingidos pela crise. O total de investimento para esses trabalhadores foi de R$ 126,3 milhões.

Para escolher esses setores, o ministério adotou como critério a comparação da média, entre 2003 e 2009, da evolução do emprego formal celetista de cada subsetor de atividade, com base no movimento dos últimos três meses (dezembro, janeiro e fevereiro).