América Latina: salários mínimos da região sobem 4,7% até setembro

Segundo estudo, apesar de melhora nos salários, 44,6% das pessoas sofrem com desemprego e baixa remuneração

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Os salários mínimos reais da região da América Latina cresceram 4,7% nos primeiros três trimestres de 2006 (até o mês de setembro), na comparação com mesmo período do ano passado.

A constatação foi feita pelo estudo “Panorama Laboral 2006” divulgado, nesta quarta-feira (06), pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Brasília.

A pesquisa ainda detectou que, apesar da melhora nos salários, problemas de baixos rendimentos, desemprego e subemprego afetam 44,6% da população economicamente ativa nas áreas urbanas latino-americanas.

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Desemprego

O desemprego urbano da região passou de 9,5% para 9% nos períodos analisados, o que indica a quarta queda consecutiva do problema da América Latina desde 2002, quando a taxa era de 11,4%. A expectativa da OIT é de que o desemprego chegue a 8,8% em 2007. Segundo a Organização, a tendência de queda deveria ser mais acentuada para que chegasse aos 7,1%, nível que marcou o ano de 1990.

O relatório aponta que a taxa de desemprego da população com menor renda é 2,9 vezes mais alta que a da população com maiores rendimentos, enquanto que o desemprego dos indigentes (vivem com menos de US$ 1 por dia), é quatro vezes mais alto.

Mercado de trabalho

Os indicadores do mercado de trabalho, apontados no documento, mostram um desenvolvimento sustentado das economias, que deve se basear na criação de emprego decente.

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De acordo com o diretor geral da OIT da América Latina, Jean Maninat, os resultados permitem enfrentar com maior solidez o desafio pendente de gerar trabalho decente para homens e mulheres. “Se não conseguirmos criar mais e melhores empregos, a luta contra a pobreza será uma ilusão”.

Informalidade

Além da diminuição do desemprego, o mercado formal tem grande participação na criação de postos de trabalho, correspondendo por 48,5% do total de ocupados urbanos. Metade de cada emprego criado entre 2002 e 2005 foram no mercado informal.

Segundo a OIT, o mercado de trabalho na América Latina tem problemas estruturais, como a desigualdade de rendimentos, que devem ser combatidos para diminuição do nível de pobreza na região.

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Outros dados

Os números que indicam diminuição do nível de desemprego mostram que 600.000 pessoas conseguiram um trabalho e que ainda há 14,5 milhões de desocupados. Apesar da diminuição em países da América Latina, no Brasil a taxa subiu de 10% para 10,2%.

Além disso, o aumento da oferta da mão de obra (em 0,3%) foi menor do que a porcentagem de pessoas a procura de emprego (0,6%).