Ambiente de trabalho: forma como relações sociais se dão no Brasil inibe inovação

De acordo com consultor, espera-se que ideias e respostas venham sempre dos líderes e inibe-se criatividade do liderado

Flávia Furlan Nunes

Publicidade

SÃO PAULO – De acordo com o consultor da empresa Inteligência Nacional, Paulo Benetti, o fato de as relações sociais no Brasil serem autocráticas, o que significa que espera-se que ideias e respostas venham dos líderes, inibe “drasticamente” a criatividade dos liderados.

“A criatividade está em todos nós, mas precisa ser estimulada. É importante que as empresas percebam que a inovação, a criatividade, dependem não apenas das pessoas, mas também de um ambiente que as estimule, de processos que as viabilize e da sua materialização em um resultado, um produto, uma ação”, afirmou.

Hierarquia

Em empresas muito hierarquizadas e em que as pessoas seguem muitas normas, é praticamente impossível esperar que aconteça o fenômeno da inovação, já que os profissionais vão evitar situações de conflito.

Continua depois da publicidade

Por outro lado, se um ambiente for bem conduzido, o consultor explicou que cerca da metade das boas ideias que a empresa adota passa a ser dada pelos colaboradores. “Mas há setores em que 90% das melhores ideias vêm de clientes, o que revela a importância de programas que deem aos clientes oportunidades de se expressar e interagir com você”.

Papel do RH

Ainda segundo Benetti, a empresa que incentiva a inovação e a criatividade faz isso de forma natural. Porém, para aquelas que não atuam nesse sentido, o primeiro passo para promover a criatividade é mudar as relações de trabalho.

“É por isso que o tema da inovação afeta, diretamente, as áreas de Recursos Humanos, pois cabe a elas criar o ambiente ideal, que vai favorecer a criatividade. Isso passa pela revisão de modelos de gestão de pessoas e é algo que demanda tempo, perseverança e, acima de tudo, vontade de ser inovador”.