AL e Caribe: 2007 marcou quinto ano de queda no desemprego, diz OIT

Dados mostram que, se crescimento econômico não for afetado, a mesma tendência será notada este ano

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – De acordo com o “Panorama Laboral”, divulgado na segunda-feira (28) pelo escritório regional da OIT (Organização Internacional do Trabalho), em 2007, o desemprego na região da América Latina e do Caribe caiu pelo quinto ano consecutivo. Os dados mostram que, nos três primeiros trimestres do ano passado, a taxa foi de 8,5% em 15 países, ante 9,1% no mesmo período de 2006.

A taxa de ocupação urbana subiu de 53,7% para 54,1%, enquanto a taxa de participação no mercado de trabalho ficou em 59,1%. Este comportamento de demanda e oferta implicou a queda do desemprego, disse o relatório.

Dependendo do crescimento da região, a mesma tendência de queda no desemprego poderá ser concretizada este ano. Se, em 2008, forem cumpridas projeções de alta econômica de 4,7%, a taxa de desemprego urbano chegaria a 7,9%, nível que não se registra desde os primeiros anos da década de 1990.

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Perfil e salários

Os dados mostram uma diferença acentuada entre homens e mulheres. A taxa de desocupação delas é 1,66 vez maior do que a dos profissionais do sexo masculino. Com relação aos jovens, o desemprego é 2,2 vezes maior do que a média total e quase o triplo na comparação com os adultos.

Além da redução do desemprego, em 2007, ocorreu melhora nos salários reais. No setor industrial, por exemplo, eles cresceram 3%.

O setor de Serviços, por sua vez, continua sendo o maior empregador, com 44,1% do total, seguido pelo Comércio, com 25,6%.

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Brasil

Com 40% da População Economicamente Ativa (PEA) urbana da América Latina e do Caribe, o Brasil apresentou em 2007 indicadores favoráveis para o desempenho do mercado de trabalho, influenciando de forma significativa os resultados regionais. Segundo o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), foram criados 1,6 milhão de postos de trabalho entre janeiro e setembro de 2007, valor definido como “um dos melhores resultados para o período, desde 1985”.

A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas brasileiras caiu de 10,2% em 2006 para 9,7% em 2007, considerados os primeiros nove meses dos dois anos. “Estes resultados positivos também se observam no incremento do emprego formal, considerando que a proporção de assalariados privados cobertos pela legislação social e trabalhista entre 2006 e 2007 aumentou de 61,8% para 63,2%”, destaca a OIT, conforme a Agência Brasil.

Assim como em Trinidad e Tobago e no Peru, o desemprego no Brasil caiu mais entre os homens do que entre as mulheres. Em Barbados, Chile, Colômbia, Costa Rica, Jamaica, Panamá, Venezuela e Uruguai, o quadro foi inverso. O desemprego entre os jovens foi um dado negativo, pois é 2,3 vezes superior à taxa total.

Histórico

O relatório mostrou que a queda na taxa do desemprego tem sido constante desde 2002, quando chegou ao pico de 11,4%. Para o diretor da OIT na região, Jean Maninat, a evolução é positiva, pois revela uma queda de 3 pontos percentuais em uma década.

“E isso permite contar com um piso mais sólido para enfrentar a pendência da região, que é melhorar também a qualidade dos empregos”.

Ainda segundo o relatório, na região, ainda há um “déficit de trabalho decente”, devido à persistência do emprego informal. Em um grupo de seis países, afeta cerca de 61,5% dos trabalhadores, redução de 0,8% em relação a 2005.