Agilidade de operações no Brasil favorece contratação de CFOs

Bom momento no Brasil tem contribuído para contratação de executivos; profissionais costumam ser mais ágeis

Eliane Quinalia

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SÃO PAULO – O mercado brasileiro tem favorecido cada vez mais a contratação de CFOs (Chief Financial Officer), afinal, o bom momento no País tem contribuído para revelar os traços dos executivos daqui, que ao contrário dos calmos diretores financeiros norte-americanos, costumam ser mais ágeis na execução de suas operações financeiras no mercado.

E não adianta negar, nem mesmo os analíticos e cautelosos europeus parecem ser páreos para os executivos brasileiros, já que, enquanto as operações destes são minuciosamente planejadas para serem concretizadas no longo prazo, as dos brasileiros são executadas em poucos meses.

“Os europeus costumam ser mais lentos em suas decisões, mas, quando implementam uma ação, costumam ser certeiros. Já os brasileiros têm a vantagem de possuir um pouco de todas as características dos CFOs europeus e norte-americanos e, além de tudo, ainda serem mais ágeis em suas decisões”, explica o headhunter da De Bernt Entschev, Julio Bonrruquer.

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Segundo ele, esse é um dos motivos para que a contratação de diretores financeiros no País esteja tão em alta.

Outros motivos
Uma recente pesquisa realizada pela consultoria Russel Reynolds analisou a carreira dos CFOs das empresas norte-americanas presentes na lista “Fortune 100” e concluiu que 69% deles chegaram ao posto sendo promovidos internamente, enquanto apenas 31% foram recrutados por companhias de outros países.

“Para contratar alguém de outro país, uma empresa precisa pagar um salário muito maior, enquanto que, oferecendo uma oportunidade para um profissional daqui, ela pode conseguir um excelente executivo por um preço melhor. Por isso, a preferência por brasileiros nessa área de atuação”, explica Bonrruquer.

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Além disso, é preciso pensar que um profissional também pode crescer muito em uma empresa. “Ele pode começar com um cargo de coordenador financeiro, que posteriormente passará a gerente e, então, chegará ao cargo de diretor e quem sabe de presidente”, diz o headhunter.

Realidade nacional
No Brasil, a profissão de CFO é vista como um cargo de altíssima confiança. Por isso, não raro, a troca de um presidente de companhia costuma impactar também tal função. De acordo com Bonrruquer, a saída do presidente faz também com que o diretor financeiro, que é tido como o braço direito da companhia, seja cortado da equipe.

“Essa ação é comum na maioria das empresas nacionais. Como se trata de um cargo de confiança, os novos presidentes também têm a intenção de colocar na área financeira os executivos com os quais tenham mais afinidade”, explica o headhunter.

Outra movimentação comum ocorre quando uma empresa está em fase de reestruturação. “Nessa situação, é muito comum a contratação de um diretor financeiro de fora da empresa, ou seja, com outras experiências, para organizar o negócio”, esclarece.

Segundo ele, muitas organizações estão preferindo esse tipo de ação a ter de promover alguém internamente, por conta do ritmo da economia nacional, que anda acelerado demais, em virtude dos investimentos no País nos próximos anos.

“Vale lembrar também que algumas empresas também preferem esse tipo de contratação, pois estão sendo pressionadas quanto à margem de lucratividade e precisam baixar seus custos para aumentar sua competitividade no setor”, completa.