À flor da pele: brokers contam como é operar em meio à pandemia do coronavírus

Enquanto muitas profissões estão com suas rotinas paralisadas por conta das preocupações com o novo coronavírus, a realidade dos brokers é oposta

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A pandemia do novo coronavírus atingiu em cheio os mercados globais nas últimas semanas.

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No Brasil, investidores vivenciaram uma sequência sem precedentes de circuit breakers — mecanismo emergencial que interrompe as negociações quando a queda do Ibovespa ultrapassa determinados limite —, uma queda acumulada de mais de 30% do principal índice acionário do país e o fechamento do dólar comercial acima de R$ 5,00 pela primeira vez na história.

Para um grupo restrito de profissionais do mercado financeiro, contudo, os últimos dias foram ainda mais intensos. Os brokers, como são chamados os profissionais que operam as mesas institucionais de corretoras e escritórios de agentes autônomos, mal conseguiram parar para dar entrevistas nos últimos dias.

“A rotina de todo o mercado mudou, nenhum analista previa um movimento tão brusco nas bolsas e isso assustou bastante os clientes, tanto de ações quanto de fundos. Todos seguem ávidos por notícias e parece até que voltamos aos antigos dias de pregões ao vivo”, afirma o broker de renda variável da MN Investimentos, Ricardo Trevisan.

O broker é o profissional responsável por unir as duas pontas interessadas em fechar negócio no mercado: a compradora e o vendedora. Assim como o corretor de imóveis intermedeia a compra e venda de imóveis, o broker é responsável por fazer a ponte das maiores negociações do país.

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Segundo Trevisan, que atende o investidor pessoa-física no varejo, a habilidade de se comunicar com os clientes se mostrou tão importante quanto o conhecimento técnico de mercado nas últimas semanas.

“Após os últimos acontecimentos, as conversas com clientes têm ficado mais frequentes, os ânimos estão acirrados e a correria do dia-a-dia tem sido grande. Chego a falar com mais de 30 clientes por dia para explicar a situação, ver a estratégia da carteira, exposição, risco, etc”, conta.

Nas mesas institucionais, por sua vez, as últimas semanas foram tudo, menos tranquilas. Segundo o broker Elvis Scariot, responsável pela mesa de equity da XP Investimentos, o volume de demandas de clientes aumentou consideravelmente com a volatilidade das últimas semanas. Afinal, quanto mais os mercados compram e vendem ativos, mais há trabalho a ser feito.

“Normalmente, costumamos ter uma postura bastante ativa de mostrar para o cliente o que tem acontecido, para que assim os gestores possam tomar suas decisões de investimento. Nós não temos tido muito tempo para fazer isso nos últimos dias, dado o tamanho de demanda passiva [quando os clientes procuram os brokers] que temos recebido”, explica.

A remuneração dos brokers está diretamente associada ao volume de negociações intermediadas por eles no mercado. E quanto maior esse número, maior o retorno.

Mar calmo não faz bom marinheiro

Enquanto muitas profissões estão com suas rotinas paralisadas por conta das preocupações com o novo coronavírus, a realidade dos brokers é justamente a oposta.

“O broker trabalha quando a bolsa trabalha. Enquanto o mercado continuar abrindo e funcionando normalmente, nós vamos continuar operando e fazendo a coisa acontecer”, afirma Scariot.

É claro que o período conturbado também traz seus desafios. Segundo Trevisan, acalmar os ânimos dos investidores e orientá-los em momentos de pânico tem sido a tarefa mais difícil.

“Não queremos dar a falsa sensação de tranquilidade para o cliente resgatando o dinheiro dele e colocando na renda fixa. Na verdade, segundo estudos, essa é a pior estratégia. Todos os picos de crise como esse tendem a voltar à normalidade no longo prazo, então é preciso bastante cuidado nessa hora”, afirma.

Para Scariot, a adrenalina dos últimos dias também tem seu lado positivo. “Estar fazendo parte desse período de crise sem precedentes é algo que vou levar para sempre. Esse, com certeza, é um dos momentos que vão entrar para história, e é muito interessante estar vendo de perto o funcionamento do mercado em tempos como esse”, afirma Scariot.

Trevisan conta que foi justamente a falta de previsibilidade que o atraiu para a profissão. “São esses desafios que me dão gosto de fazer o que eu faço. A adrenalina, a correria e a turbulência são o que fazem dessa profissão um desafio diário. Parafraseando, mar calmo não faz bom marinheiro”, diz.

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