A crise fez você perder o seu emprego mesmo sendo chefe? O que fazer?

Uma nova inserção no mercado pode demorar até seis meses. Então está na hora de repensar seus objetivos profissionais

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Perder o emprego
não é fácil para qualquer pessoa, principalmente quando essa situação é enfrentada por líderes. Diante desse cenário, o que fazer? Se candidatar a vagas com um salário menor? Entrar em contato com todos os conhecidos e amigos para pedir ajuda em uma possível recolocação no mercado de trabalho?

De acordo com o mestre em administração, especialista em gestão estratégica de pessoas e diretor geral da Laerte Cordeiro Consultores em Recursos Humanos, Laerte Leite Cordeiro, os executivos que perderam seus cargos, por consequência da crise econômica, devem entender que esse é um fato normal e que, por isso, não há motivos para depressão e desespero.

“O executivo que perdeu seu emprego por força da crise econômica, enfrentada por muitas empresas brasileiras, deve entender que esse é um fato da vida profissional e que o mundo não acabou”.

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O que fazer?

Para o consultor, o primeiro passo a ser feito é organizar a vida pessoal, conversando com a família para expor essa nova situação, e depois iniciar a busca por um novo emprego.

“A busca por uma nova colocação para um executivo demanda muito engajamento pessoal, pois a competição é acirrada”.

Cordeiro ressalta também que é importantíssimo ter uma definição clara do objetivo de carreira.

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“Com a definição clara do objetivo de carreira, é possível elaborar um currículo
honesto, com as suas metas profissionais. A partir daí, inicia-se a divulgação nos agentes intermediários do mercado de trabalho, como jornais, headhunters (especialistas em recrutamento), e, sobretudo, o networking (círculo de relações sociais)”.

Na entrevista

Depois de centenas de currículos distribuídos, enfim surge uma entrevista. Essa é a oportunidade
de você mostrar o seu talento e as suas qualificações.

Como não poderia faltar, durante esse processo seletivo surgirão perguntas clássicas como: quais são os seus defeitos e qualidades? Por que você quer esse emprego? E, a mais temida: qual foi a razão de você ter saído do seu emprego anterior?

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Nessa hora é aconselhável contar os motivos da sua demissão. Mas, como fazer isso, sem ser prejudicado no processo seletivo?

“Nestes tempos de crise, é sabido que muitas empresas demitem bons executivos por redundância ou excedência, a partir de mudanças organizacionais, como fusões ou aquisições. Se a demissão ocorreu por qualquer um desses motivos, não há porque esconder o fato. E a melhor maneira de contar a verdade é utilizando um discurso simples e direto”, revela Cordeiro.

Salários

Outra dúvida que aparece com frequência entre gestores desempregados diz respeito ao salário. Será que vale a pena aceitar um salário menor do que o anterior?

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Na opinião do especialista em gestão estratégica de pessoas, esse é um dos dramas do mercado de trabalho para os executivos.

“Se o profissional perdeu o emprego, não adianta procurar um cargo ou um salário menor. Algumas empresas contratantes raciocinam que, uma vez empregado, o executivo estará sempre buscando retornar à condição anterior, ou irá viver eternamente insatisfeito e infeliz no novo emprego. Além disso, é bem provável que, uma semana depois da admissão, esse profissional já esteja lendo os cadernos de emprego. Pode parecer exagero, mas tem muito de verdade nessa colocação”.

A crise

Quando indagado sobre os impactos da crise financeira e a dificuldade de uma nova inserção no mercado de trabalho, o consultor disse que essa é uma situação que varia de caso para caso, e não há como prever um tempo exato de recolocação.

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“Não sabemos ainda o que acontecerá no Brasil em função da crise internacional. Estamos todos preocupados, mas ninguém tem certeza de nada ainda. Se ela vier forte, o mercado de trabalho para executivos certamente encolherá e irá demorar para acontecer uma relocação. Cada caso é único. Porém, dificilmente o novo emprego chegará para o chefe, gerente ou diretor antes dos quatro ou seis meses”.