90% dos brasileiros querem que as empresas exijam a vacinação na volta aos escritórios, diz LinkedIn

Pesquisa da rede social profissional mostra que o brasileiro quer voltar a ir ao escritório - desde que esteja seguro

Giovanna Sutto

(Getty Images)

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SÃO PAULO – Com o avanço da vacinação e a diminuição gradual das restrições relacionadas à pandemia de Covid-19 em todo o país, as empresas e os profissionais que puderam trabalhar remotamente estão voltando aos escritórios. Alguns profissionais já estão indo presencialmente há alguns meses.

E de acordo com uma pesquisa do LinkedIn, divulgada na última quinta-feira (16), 90% dos brasileiros acreditam que é importante que as empresas exijam a vacinação contra Covid-19 nesta volta.

A pesquisa foi realizada em agosto e contou com mais de 1 mil entrevistados que trabalhavam no escritório antes da pandemia e que tiveram que exercer suas funções de casa em algum momento devido às restrições/protocolos de segurança.

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Ainda, segundo a empresa, o Brasil apresenta uma das maiores porcentagens neste quesito, ficando à frente de outros países, como Espanha (71%) e México (86%) – únicos países que incluíram essa questão em suas respectivas pesquisas.

Em termos de segurança diante do avanço da pandemia, 84% dos entrevistados afirmam que os testes contra Covid-19 são, de alguma forma, relevantes para o retorno aos escritórios e 85% dizem que perguntarão para seus gerentes, colegas e outras pessoas que interagem diariamente se eles tomaram a vacina.

Milton Beck, diretor geral do LinkedIn para América Latina, afirma que as medidas de saúde e segurança são uma preocupação ao redor do mundo, mas é possível perceber que para os profissionais brasileiros a vacina é essencial.

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“Como nunca tivemos um cenário similar, este momento é muito mais de dúvidas do que de certezas. Essa é a perspectiva dos funcionários do Brasil. Fica evidente que estão dispostos a voltar para o ambiente físico de trabalho, mas precisam se sentir seguros para isso”, afirma.

Modelos de trabalho

Inclusive, o estudo também fez uma análise sobre os modelos de trabalhos: 43% dos entrevistados preferem o modelo híbrido de trabalho onde uma parte do tempo é passada de casa e a outra em algum espaço físico da empresa. Outros 27% dizem preferir estar na empresa presencialmente durante 100% de sua jornada e 30% dizem que gostariam de fazer home office em tempo integral.

O InfoMoney publicou uma reportagem nesta sexta (17) que mostra uma tendência global ao trabalho híbrido. Uma pesquisa da consultoria de RH Adecco considera que esse modelo já se consolidou como o formato de trabalho oficial da era pós-pandemia.

Entre os motivos apontados por aqueles que afirmaram que preferem trabalhar de casa estão: evitar o transporte diário para chegar aos escritórios (45%), ter uma vida profissional mais balanceada (45%), ser mais produtivo(a) (33%), manter a saúde mental em dia (31%) e facilitar o cuidado com os filhos, já que não há a necessidade de estar presencialmente 100% do tempo (20%).

Já os profissionais que gostariam de estar no escritório em algum momento acreditam ser mais produtivos no ambiente de trabalho (51%), além de terem a possibilidade de estarem perto de outras pessoas e colegas (46%) e ter as oportunidades de carreira ao se relacionarem presencialmente com os times (41%).

A pesquisa também mostra que embora a maioria das pessoas afirme querer o trabalho híbrido, mais de 56% concordam que há um estigma negativo para aqueles que trabalham remotamente. Eles entendem que quem estiver nos escritórios tende a ser favorecido pelo gestor e colegas mais sêniores, devido à proximidade e acompanhamento do trabalho – o que impactaria o desenvolvimento de suas carreiras.

Segundo Beck, as empresas brasileiras ainda valorizam muito a presença física e entendem que o fato do(a) profissional estar no escritório e cumprir uma jornada de oito horas é melhor do que a pessoa estar em casa – mesmo se os níveis de produtividade forem iguais.

“Mas já é possível perceber que este é um pensamento que não corresponde à realidade. Estamos vendo novos modelos que exigem confiança entre os trabalhadores e as empresas e que mostram que é possível avaliar pelas entregas e não pelas horas na frente do computador. Não há uma fórmula mágica e, daqui para frente, teremos que testar para entender o que é melhor”, conclui Milton Beck.

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.