500 mil empregos substituídos por robôs? Amazon diz que informações são “enganosas”

Empresa afirma que não vai parar os investimentos em tecnologia e defende que a IA deve estar "perfeitamente integrada à experiência humana"

Giovanna Sutto

FOTO DE ARQUIVO: O logotipo da Amazon é fotografado no centro logístico da empresa em Carquefou, perto de Nantes, França, em 15 de outubro de 2024. REUTERS/Stephane Mahe/Foto de Arquivo
FOTO DE ARQUIVO: O logotipo da Amazon é fotografado no centro logístico da empresa em Carquefou, perto de Nantes, França, em 15 de outubro de 2024. REUTERS/Stephane Mahe/Foto de Arquivo

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MILPITAS, CALIFÓRNIA – Após o The New York Times noticiar que a Amazon planeja automatizar 75% de sua operação, o que poderia implicar na substituição de 500 mil empregos por robôs ao redor do mundo, Kelly Nantel, diretora e porta-voz da Amazon, afirmou que as informações são “incompletas e enganosas”.

Em comunicado enviado a um grupo de jornalistas durante um evento em Milpitas, Califórnia, no qual o InfoMoney esteve presente, Nantel declarou que os documentos vazados “parecem refletir a perspectiva de apenas uma equipe e não representam a estratégia geral de contratação em nossas diversas linhas de negócios operacionais — nem agora, nem no futuro”.

Embora a empresa não tenha rebatido diretamente os números divulgados, os investimentos em inteligência artificial vêm crescendo significativamente. Nos últimos anos, bilhões de dólares foram aplicados nessa direção em escala global.

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Segundo o The New York Times, a equipe de automação da Amazon espera evitar a contratação de mais de 160 mil pessoas nos Estados Unidos até 2027, o que economizaria cerca de 30 centavos por item selecionado, embalado e entregue aos clientes.

Além disso, a empresa projeta que, com o avanço da automação robótica, poderá evitar o aumento da força de trabalho nos EUA nos próximos anos, mesmo prevendo dobrar o volume de vendas até 2033. Na prática, isso significaria que mais de 600 mil pessoas não precisariam ser contratadas.

Apesar das projeções, Nantel destacou que “nenhuma empresa criou mais empregos nos EUA na última década do que a Amazon”. Ela também mencionou que a empresa continua contratando ativamente em suas instalações e lembrou que há 250 mil vagas abertas para o período de final de ano.

No entanto, conforme apuração do InfoMoney, essas vagas são temporárias e não garantem a contratação definitiva dos trabalhadores.

Para exemplificar, no Brasil, em 2024, a Amazon contratou 6,5 mil funcionários, elevando o número total de colaboradores para 18 mil. Este ano, a empresa já conta com 36 mil funcionários no país, mas ainda não revelou quantas das 250 mil vagas globais serão destinadas ao Brasil.

Atualmente, a inteligência artificial já influencia aproximadamente 75% dos pedidos entregues globalmente pela Amazon.

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Tye Brady, líder global de tecnologia e robótica da Amazon, afirmou que a empresa busca criar uma integração entre IA e força de trabalho.

“Cada robô que domina um movimento da operação faz parte de uma estrutura maior. Eles assumem funções repetitivas ou fisicamente desgastantes para os funcionários, permitindo que esses colaboradores dediquem mais tempo à revisão dos pedidos dos clientes, minimizando erros nas entregas. Projetamos um futuro onde a IA e a robótica estão perfeitamente integradas à experiência humana”, declarou Brady durante o evento Delivery The Future, realizado pela Amazon em San Jose, Califórnia.  

* A jornalista viajou a convite da Amazon

Giovanna Sutto

Responsável pelas estratégias de distribuição de conteúdo no site. Jornalista com 7 anos de experiência em diversas coberturas como finanças pessoais, meios de pagamentos, economia e carreira.