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UniCredit descarta oferta pelo Commerzbank ao preço atual

“Estamos longe” de uma oferta de aquisição, disse CEO em entrevista

Bloomberg

Andrea Orcel (Francesca Volpi/Bloomberg)
Andrea Orcel (Francesca Volpi/Bloomberg)

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O CEO do UniCredit, Andrea Orcel, descartou efetivamente a possibilidade de fazer uma oferta pelo Commerzbank ao preço atual, afirmando que tal movimento não agregaria valor após a valorização das ações.

“Estamos longe” de uma oferta de aquisição, disse Orcel em entrevista à CNBC nesta quarta-feira (11). “Além disso, em nossa opinião, o preço das ações ultrapassou os fundamentos.”

Orcel já havia mencionado que pode esperar até 2027 antes de decidir por uma oferta total de aquisição, após a alta das ações tornar o negócio mais caro e o governo alemão manifestar oposição. As ações do Commerzbank mais que dobraram de valor desde que a UniCredit revelou ter adquirido uma participação significativa, enquanto o rival menor aumentou os pagamentos aos investidores para se defender.

Embora o preço mais alto das ações do Commerzbank represente um ganho financeiro para a UniCredit, Orcel afirmou que precisa ser convencido de que a valorização é justificada antes de decidir por uma transação estratégica.

“Há muita atividade voltada a manter o preço das ações alto”, disse o CEO. “Mas somos pacientes, porque essa atividade eventualmente resultará em perdas.”

Até o momento, a UniCredit não fez uma oferta de aquisição pelo Commerzbank “porque não somos bem-vindos”, disse Orcel em uma conferência do Goldman Sachs nesta quarta-feira.

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O banco italiano comprou uma participação no Commerzbank do governo alemão em setembro e aumentou sua participação por meio de derivativos. Uma possível aquisição enfrentou oposição dos governos anterior e atual. O chanceler alemão Friedrich Merz reiterou esta semana que deseja que o Commerzbank permaneça independente e classificou a abordagem da UniCredit como “descoordenada e hostil”.

Orcel reafirmou que a UniCredit foi convidada a comprar a participação vendida pelo Ministério das Finanças, rejeitando acusações de que sua abordagem ao banco alemão foi “opaca, hostil ou qualquer outra coisa”.

“Assinamos um acordo de confidencialidade pela manhã”, disse Orcel. “O mercado inteiro entrou à noite, e fomos solicitados a aumentar nossa oferta para adquirir essa participação porque a colocação não foi bem-sucedida.”

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O CEO espera obter todas as autorizações necessárias até o final deste mês para converter os derivativos usados para construir parte da participação no Commerzbank em ações, o que daria à UniCredit cerca de 30% do banco.

“Veremos se consolidamos os 30%”, afirmou Orcel na conferência. Caso decida fazê-lo, “essa participação de 30% vem com direitos e influência.”

Ele disse que a UniCredit conquistou o direito de ser paciente com sua participação e levar o tempo necessário, mas alertou que um impasse contínuo não é do interesse de nenhuma das partes.

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