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Após anos de aquisições, Tivit reverte prejuízo e lucra R$ 5,78 milhões em 2023

Linhas de cibersegurança, nuvem e automação puxaram transformação; receita cresceu 10,4%

Iuri Santos

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A empresa de tecnologia Tivit anunciou, nesta quinta-feira (2), um lucro líquido de R$ 5,78 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 47,2 milhões registrado em 2022. Já a receita líquida cresceu 10,4%, para R$ 1,8 bilhão, puxada pelo tripé de serviços no centro da estratégia da empresa: cibersegurança, nuvem pública e o gerenciamento de serviços de TI. Os resultados são orgânicos, mas refletem a mudança de estratégia da empresa impulsionada por aquisições nesses ramos e seus altos investimentos em nuvem e capacitação.

A receita bruta da linha de segurança digital subiu 88% no último ano; em nuvem pública, crescimento de 55%; a plataforma de automação e gerenciamento de serviços e governança Sensr.IT cresceu 136%.

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“Esse crescimento é 100% orgânico. A última empresa que foi adquirida, lá atrás, então não há impacto no resultado, embora tenhamos feito aquisições acumuladas ao longo de 2019, 2020 e 2021”, diz ao IM Business o CEO da companhia, Paulo Freitas. “O que está acontecendo é que a demanda por transformação digital é grande, embora não no mesmo ritmo da pandemia.”

As últimas aquisições vieram em linha com uma mudança no perfil da companhia, que se transformou de uma consultoria tradicional para uma empresa de produtos e serviços de tecnologia. A própria Sensr.IT, que reúne o braço de automação, foi adquirida em 2021. Ela foi seguida de compras como a XMS, chilena de serviços de nuvem.

No último ano, no entanto, os principais investimentos escoaram para dentro de casa, com aprimoramento da estrutura de nuvem da companhia. A linha de negócio representa quase a metade da empresa e está passando por um ciclo de investimento de R$ 300 milhões. A empresa também anunciou, no último ano, a criação de uma IA generativa.

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Para 2024, o CEO não descarta que as aquisições sejam retomadas. Em 2022, a empresa anunciou que dedicaria R$ 400 milhões para um plano de investimento em M&As que duraria até 2025, e segue fazendo a triagem de negócios potenciais. “O que estamos fazendo é trabalhar naquelas externalidades da nossa empresa, mas sem fugir muito da nossa órbita. Não adianta vir com uma solução completamente fora do que estamos acostumados”, explica.

Mercado de TI

Após um período de pandemia marcado por uma dura disputa de empresas de tecnologia por mão de obra especializada, houve um arrefecimento na demanda por esses profissionais, puxado inclusive por companhias estrangeiras. Esse momento de tranquilidade pode não durar muito, avalia Freitas. “Uma avaliação puramente minha é de que essa demanda continuará alta. O Brasil não forma nem a metade dos profissionais que precisa.”

Houve um salto de 5,2 mil para 5,6 mil funcionários na empresa de 2022 para 2023. O executivo credita isso a iniciativas de investimento na formação e especialização de colaboradores. No último ano, foi registrado um aumento de 192% nas certificações de especialistas. A empresa praticamente dobrou os aportes nesse tipo de treinamento no último ano.

Iuri Santos

Repórter de inovação e negócios no IM Business, do InfoMoney. Graduado em Jornalismo pela Unesp, já passou também pelo E-Investidor, do Estadão.