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De uma consultoria tradicional para uma empresa de produtos e serviços baseados em tecnologia. Esse é o plano que a Tivit tem executado nos últimos anos e avança hoje (19), com o anúncio de uma solução de IA generativa focada em clientes corporativos chamada Athena. Baseada no modelo de linguagem por trás do ChatGPT, a SaaS deve enfrentar concorrência do portfólio de big techs como Google e Microsoft.
A ferramenta tem duas linhas de uso: uma com foco na produtividade interna, para uso de funcionários; outra para facilitar a navegação de clientes em ambientes online das empresas. A diferença para um chat de IA generativa aberto, no entanto, está na base de dados. A Tivit promete que são utilizadas apenas informações de intranet ou fontes online autorizadas pelas empresas para gerar respostas. Uma companhia da área de saúde que fez parte dos testes da ferramenta, por exemplo, utiliza bases da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Hoje, plataformas como o Vertex AI, do Google Cloud, e a própria Microsoft Azure, parceira da Tivit, oferecem uma variedade de soluções adaptáveis à base de IA para aplicações corporativas. Daniel Galante, COO e CPO da empresa, posiciona a ferramenta frente à concorrência das big techs como uma solução já pré-configurada e com base de treinamento em português.
“A ideia que temos é de acelerar a adoção do cliente para aquilo que ele entender que faz sentido em seu negócio”, diz o executivo. No lançamento, 16 empresas de setores como saúde, vendas e agronegócio, bem como departamentos jurídicos em diversos segmentos, já utilizam a solução desde a fase de testes.
A ferramenta pode servir, por exemplo, para analisar e comparar documentos e contratos jurídicos ou simplificar a busca por prontuários médicos.
A Tivit não diz qual o valor do produto, mas explica que ele funciona em um modelo de escala, como ocorre com serviços de nuvem: o cliente paga um valor base mais um adicional baseado no seu consumo de dados na plataforma. “A curva de custos do cliente vai depender do volume de interações que ele faz”, explica Galante.
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Estratégia digital
Desde 2016, a Tivit tem feito aquisições e desenvolvido internamente produtos com foco na digitalização. Entre as aquisições feitas pela companhia estão as empresas Stone Age, de dados, DevAPI, de gestão de APIs, e Sensr IT, de governança. Mas a empresa realmente tracionou a nova estratégia em 2020, com um plano de cinco anos para inverter o seu mix de negócios.
Àquela época, 70% da empresa estava direcionada para negócios tradicionais, como infraestrutura, mainframes e processamento de crédito. Neste ano, a proporção se inverteu completamente, com soluções como desenvolvimento de software, cloud e cyber security representando 70% dos quase R$ 2 bilhões de receita da empresa.