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Shein decide avançar com IPO em Londres e espera avaliação de US$ 64 bilhões

Empresa se reuniu com representantes do Partido Trabalhista para garantir que não sofrerá reveses se o governo mudar depois das eleições de julho

Bloomberg

Roupas à venda na sede da Shein, em Cingapura. (Foto: Ore Huiying/Bloomberg)
Roupas à venda na sede da Shein, em Cingapura. (Foto: Ore Huiying/Bloomberg)

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A varejista de moda online Shein está preparando um pedido confidencial para uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em Londres, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, avançando com seus planos de listagem antes de uma possível mudança de governo no Reino Unido.

A empresa está considerando apresentar o prospecto preliminar ainda nesta semana, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas porque as informações são privadas. A empresa deve buscar uma avaliação de cerca de 50 bilhões de libras (US$ 64 bilhões), disse uma das pessoas.

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Os preparativos da Shein não significam que uma oferta é iminente, de acordo com as fontes, e é improvável que a venda de ações comece antes do verão britânico [julho, no Brasil], no mínimo.

As conversas sobre o IPO voltaram à tona depois que o Reino Unido anunciou eleições gerais para 4 de julho, com pesquisas de opinião mostrando o Partido Trabalhista, de oposição, muito à frente dos conservadores. A Shein se reuniu com o secretário paralelo de negócios do país, Jonathan Reynolds, várias vezes este ano, de acordo com as pessoas familiarizadas com o assunto.

A Shein, que foi fundada na China e agora tem sede em Cingapura, se recusou a comentar com a Bloomberg News sobre o IPO.

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A oferta pode se tornar um dos maiores IPOs de todos os tempos do Reino Unido, recuperando uma parte do valor de mercado que Londres perdeu com as empresas que mudaram suas listagens primárias para Nova York. A Bolsa de Londres também perdeu em grande parte a retomada dos IPOs europeus neste ano.

A empresa ainda precisa da aprovação da Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China para prosseguir com a listagem sob novas regras que exigem a verificação das empresas antes de um IPO fora da China.

Reynolds se encontrou com a Shein várias vezes, primeiro em Davos e, mais recentemente, em Londres, em reuniões organizadas pela Bolsa de Valores de Londres, disseram pessoas familiarizadas. A empresa buscou garantias de que um governo trabalhista não bloquearia um movimento para listagem no Reino Unido. O partido não tem intenção de bloquear a medida, mas ainda não realizou toda a diligência, disseram as pessoas.

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A oposição está aberta à listagem da empresa chinesa de fast fashion em Londres, mas tem intenção de regulamentá-la de acordo com a lei trabalhista do Reino Unido, em meio a preocupações com o tratamento dado pela empresa a seus trabalhadores.

Vários legisladores do Reino Unido, incluindo Liam Byrne, um deputado trabalhista, expressaram publicamente preocupações sobre a listagem de uma empresa chinesa em Londres. Ainda assim, a visão do partido é que, se a Shein for listada em Londres, estará sujeita à regulamentação de emprego do Reino Unido, e que uma empresa de fast fashion não representa o mesmo risco de segurança que uma empresa de tecnologia chinesa.

Um porta-voz do partido Trabalhista confirmou que eles se encontraram com a Shein, dizendo que “aumentar o investimento, a produtividade e o crescimento é uma das missões do Partido Trabalhista para o governo”. “Esperamos os mais altos padrões regulatórios e práticas comerciais de qualquer empresa que opere no Reino Unido. Acreditamos que a melhor maneira de garantir isso é ter mais empresas operando e sendo regulamentadas pela lei local.”

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A Bloomberg News informou em fevereiro que a Shein estava olhando ativamente para Londres, pois havia julgado improvável que a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA aprovasse um IPO em Nova York. O senador norte-americano Marco Rubio foi um dos que pediram à SEC para bloqueá-lo, dizendo que a empresa precisa divulgar mais sobre suas operações na China.

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