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Redes sociais viraram armas e isso é rentável para as big techs, diz criador do Orkut

Grandes empresas do setor não combatem os malefícios das redes sociais porque "isso não é rentável", afirma Orkut Buyukkokten

Maria Luiza Dourado

Orkut Buyukkokten em painel durante o Startup Summit 2024 (Reportagem)
Orkut Buyukkokten em painel durante o Startup Summit 2024 (Reportagem)

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Orkut Buyukkokten foi um dos pioneiros das redes sociais com o Orkut, febre no Brasil no início dos anos 2000. Mas, vinte anos depois, o engenheiro e executivo turco considera que a lógica do engajamento transformou as redes em armas perigosas para a sociedade. E pior: as grandes empresas do setor não agem para combater esse cenário porque isso não é rentável.

“Uma pesquisa mostrou que o Instagram causava problemas de distorção de imagem em usuárias adolescentes. A Meta fez algo? Não fez. O X, ex-Twitter, sabe que existem milhões de robôs e perfis falsos na plataforma. Elon Musk pode fazer algo sobre isso? Claro que pode, mas não faz parte dos planos dele. Porque isso gera engajamento, é bom para o site, gera mais dinheiro”, disse Buyukkokten, nesta sexta-feira (16), na Startup Summit 2024, em Florianópolis (SC).

Segundo o fundador do Orkut, as ferramentas de engajamento foram o estopim para a lógica baseada em rentabilidade das redes sociais, que transformou as experiências humanas em dados para gerar lucro.

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“Antes o feed mostrava posts cronologicamente. Então veio o botão “curtir”, depois os botões de “retuitar” e “compartilhar”. Eles deram ao usuário o poder de influenciar os outros (…) Isso tornou as redes rentáveis, é verdade, mas também perigosas”, explicou.

Para Buyukkokten, a sociedade deveria parar de usar redes sociais voltadas para o lucro — como Instagram e X.

“Ainda podemos fazer certo. Ainda podemos encontrar pessoas para conversar, confiar, ser amigos, encontrar amor e empatia em uma vida de comunidade”, disse.

Maria Luiza Dourado

Repórter de Finanças do InfoMoney. É formada pela Cásper Líbero e possui especialização em Economia pela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.