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Recado da GITEX 2025: participe proativamente da revolução da IA – ou fique para trás

Além de debates com expoentes da área de inovação, que defenderam a experimentação e o uso democrático da IA, feira apresentou novidades em robótica e em aplicações práticas das novas tenologias

Roberto de Lira

GITEX Global 2025, evento de tecnologia sediado em Dubai (Foto: Roberto de Lira/InfoMoney)
GITEX Global 2025, evento de tecnologia sediado em Dubai (Foto: Roberto de Lira/InfoMoney)

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Se é possível destacar apenas uma lição passada durante a GITEX Global 2025 — um dos maiores eventos de tecnologia e inteligência artificial do mundo, que aconteceu em Dubai na semana passada — com certeza foi que a revolução da IA já está acontecendo, cada vez mais acelerada, e que é preciso participar dela proativamente ou perder uma oportunidade histórica.

Além de ricos debates sobre como as oportunidades estão à mostra para nações e empresas, nos estandes foi possível observar as diversas aplicações dessas novas tecnologias nos mais diferentes produtos e serviços.

Leia também: Dubai sedia maior evento de tecnologia e IA do mundo, com startups brasileiras

Esse convite à participação de todos na construção de um futuro que cada vez mais se aproxima do presente foi feito diretamente durante um debate online entre Sam Altman, CEO da OpenAI (criadora do ChatGPT) e Peng Xiao, o principal executivo do G42 Group.

Xiao pediu explicitamente às sociedades que adotem a adaptabilidade e a experimentação em “vez de sucumbir ao medo”.

Citando a inspiração por trás da OpenAI for Countries, ele citou as possibilidades de uso da enorme capacidade intelectual de um modelo de fronteira, “que já está no nível de QI de Einstein, na verdade, uma coleção de Einsteins” e de fazer as devidas adaptações para servir as diferentes camadas de toda a sociedade.

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“Estamos mapeando como esse modelo de fronteira pode preencher as diferentes funções necessárias para servir uma sociedade inteira, desde as necessidades mais básicas de saúde até a segurança cibernética. Esta não é mais uma iniciativa de tecnologia em que você compra um software e o implanta para uma necessidade específica. É é um nova e poderosa super-utilidade cujo potencial só pode ser liberado quando você imagina grande, pensa grande, em escala social”, detalhou.

Na opinião de Altman, todo país precisará de uma estratégia de IA e ela deveria ser uma prioridade para as lideranças nacionais. Ele citou a liderança exercida pelos Emirados Árabes na iniciativa OpenAI for Countries. “Tem sido incrível de se ver. Espero que isso sirva de exemplo para o resto do mundo (…) que um país realmente adote a IA e diga que isso será uma parte importante do nosso futuro”, disse.

Um exemplo claro de como uma nação pode se mostrar proativa nesses tempos de inteligência artificial acelerada foi dado por Xiao, ao citar que um programa educacional de IA inicialmente voltado apenas à graduação e doutorado foi ampliado para a faixa etária dos 7 aos 70 anos, por pedido do presidente dos EAU.

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Em um momento do debate, Peng Xiao reconheceu que, à medida que os sistemas avançam em direção a uma potencial superinteligência artificial, novos riscos podem surgir. Mas, ao invés de impor limites à inovação, ele voltou a pedir às lideranças políticas globais que obtenham experiência prática no uso da IA, em vez de ficarem nas discussões teóricas.

“Em vez de abordar isso apenas em think tanks, experimente a IA agora, em sua casa, seu escritório e em toda a sociedade – antes de chegarmos à superinteligência. Aprenda, adapte e gerencie esses riscos de forma proativa”, recomendou.

Em outro debate, Amr Kamel, gerente geral da Microsoft Emirados Árabes Unidos, também mostrou preocupação com o que chamou de IA responsável. “Precisamos garantir que a IA não seja uma tecnologia para um, mas uma tecnologia que é impulsionada pela inclusão e que vamos democratizar o acesso à IA em todos os setores, algo que todos podem se beneficiar.”

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Novidades

Enquanto os debates aconteciam nos principais palcos da feira, as empresas mostravam seus avanços no tema, com criações que pareciam saída de filmes de ficção.

A Mangobot, empresa de robótica sediada em Dubai, fez demonstrações de sua linha de humanoides avançados, robôs caninos industriais e até o militar “Wolf Pack”, uma espécie de lobo mecânico desenvolvido para segurança de fronteira e até para ajudar tropas de combate em áreas de difícil acesso. Já novo humanoide A2, que estava na feira, pode aprender habilidades mais complexas, como procedimentos cirúrgicos.

Entre as várias novidades em mobilidade a Micropoliscompareceu com um veículo autônomo projetado para operações de segurança pública, para uso em zonas de perigo. Segundo os demonstradores, ele é equipado com avançados sensores e com monitoramento orientado por IA. Ele pode detectar comportamentos anormais, coleta evidências e relata incidentes em tempo real.

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Mas em mobilidade urbana, o que chamou a atenção mesmo foi o pavilhão da Etisalat, onde estavam expostos os eVTOL, os famosos carros voadores, com forte predominância chinesa. Entre os destaques estavam o mais recente “Land Aircraft Carrier” da Arige (antiga Xpeng Aerohot) e dois modelos da Govy, uma subsidiária da Guangzhou Automobile Group : o AirCab e o AirCar. Também teve forte procura por informações e fotos o modelo Midnight, da Archer.