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(Bloomberg) — Os acionistas controladores da produtora brasileira de açúcar e etanol Raízen (RAIZ4) estão em negociações para vender uma participação para a Mitsubishi Corp. como parte de um plano para levantar capital, segundo pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg.
As conversas estão em estágio inicial, e a Mitsubishi ainda está avaliando se fará uma proposta pelas ações da Raízen, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as negociações são privadas. A Raízen é uma joint venture entre a holding brasileira Cosan (CSAN3) e a produtora de petróleo Shell, com sede em Londres. A Cosan visa um aporte de capital de R$ 10 bilhões (US$ 1,8 bilhão) na Raízen para reduzir sua crescente dívida, disseram as pessoas.
O Banco Itaú BBA está trabalhando com a Cosan, a Lazard Inc. está trabalhando com a Shell e o Citigroup Inc. está trabalhando com a Raízen.
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A Cosan “está avaliando potenciais investidores para uma transação de capitalização na Raízen em conjunto com a Shell”, afirmou a empresa em um documento na terça-feira, observando que não há aprovações ou eventos vinculantes no momento.
Shell, Raízen e Mitsubishi não quiseram comentar, assim como Itaú e Citigroup. A Lazard não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A Raízen reportou um prejuízo líquido de R$ 1,84 bilhão no primeiro trimestre do ano safra 2025-2026, com a dívida aumentando em relação ao lucro, à medida que a empresa tomou empréstimos para substituir contratos com fornecedores. A dívida líquida atingiu 4,5 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, de acordo com a XP.
As ações da Raízen subiram até 3,2% em São Paulo com a notícia, antes de apagar os ganhos. As ações da empresa ainda acumulam queda de 43% neste ano.
O diretor financeiro Rafael Bergman disse em uma teleconferência em 14 de agosto que a Raízen está em negociações ativas com seus acionistas controladores para uma injeção de capital.
Sua co-controladora Cosan, controlada pelo bilionário Rubens Ometto, está em modo de desinvestimento, com um plano para vender ativos e desacelerar a expansão, já que os custos mais altos dos empréstimos no Brasil afetam suas finanças.
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A Cosan não planeja injetar capital próprio na Raízen, mas “gosta” da alternativa de trazer um parceiro estratégico, disse o CEO Marcelo Martins em teleconferência em 15 de agosto.
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