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Pif Paf renova esforços para vender fábrica e reduzir endividamento

Rio Branco Alimentos, dona da marca, contrata XP para assessorá-la no processo 

Fernando Lopes

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A melhora do cenário para a indústria brasileira de aves e suínos, com queda de custos e perspectiva de demanda firme, animou a mineira Rio Branco Alimentos, dona de marcas como Pif Paf, Uniaves e Fricasa, a reforçar o plano de vender uma de suas unidades de produção para reduzir a dívida, acertar contas atrasadas com fornecedores e deixar para trás uma crise que ganhou corpo em 2021 e 2022.

A empresa conta com a assessoria da G5 Partners para equacionar suas finanças desde o ano passado, e agora contratou a XP para maximizar esforços nesse sentido. Com o mercado mais favorável, Luiz Carlos Costa, um dos controladores e CEO da Rio Branco, acredita que o complexo verticalizado de produção de frango da companhia em Goiás, entre os municípios de Paraúna e Palmeiras de Goiás, tem mais chances de atrair interessados.

Luiz Carlos Costa, CEO da Rio Branco Alimentos (foto: Divulgação)

Costa não revela o tamanho da dívida que tem que ser equacionada para a empresa voltar aos trilhos, nem o preço-alvo do complexo que está à venda. Mas, segundo ele, a medida, somada à redução de custos e a ganhos de eficiência recentes, é suficiente para arredondar a Rio Branco. “Ainda tivemos um primeiro semestre difícil, mas este segundo semestre tem sido bom. Com a tendência de melhora de custos e preços, 2024 será positivo”, disse Costa ao IM Business.

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Em 2020, a alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) da empresa era de 0,16 vez. Com investimentos em crescimento orgânico e aquisições, além do forte aumento dos custos com grãos, o patamar passou para 4,9 vezes em 2021. Em 2022, a receita do grupo alcançou R$ 4,3 bilhões, e o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi negativo em R$ 51 milhões.

No vermelho e com a dívida crescendo, a Rio Branco decidiu enxugar a estrutura, num processo que envolveu demissões e ajuste de diretorias. Apenas de fevereiro deste ano para cá, reduziu despesas em geral em cerca de 40%. Paralelamente, implantou um programa para recuperar eficiência e performance, no campo e nas fábricas. A receita deverá somar R$ 3,6 bilhões em 2023, e a expectativa é que o Ebitda fique perto de zero.

“E ainda vamos evoluir. Temos, por exemplo, sinergias para capturar com a continuidade da integração de Uniaves e Fricasa à estrutura da Rio Branco”, afirmou Costa. A catarinense Fricasa foi adquirida em 2019, enquanto a Uniaves, com sede em Castelo, no Espírito Santo, foi comprada em 2021. Segundo o executivo, de 2010 a 2020 o grupo registrou margem Ebitda anual média de 10,5%, e o objetivo é pelo menos voltar a esse nível.

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“Vamos retomar margens, reduzir a alavancagem e renegociar e alongar dívidas. E não temos necessidade de pedir recuperação judicial”, disse o CEO. Atualmente, o grupo conta com sete fábricas, quatro incubatórios, cinco matrizeiros, 8,5 mil funcionários e mais de 600 produtores integrados de aves e suínos. A empresa tem um portfólio com cerca de 900 itens e exportações para 40 países representam 10% das vendas.

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Fernando Lopes

Cobriu o setor de energia e foi editor do semanário Gazeta Mercantil Latino-Americana até 2000. Foi editor de Agro no Valor Econômico até fevereiro de 2023.