Petrobras anuncia primeira produção e entrega de biocombustível de aviação

Foi entregue um volume de 3 mil m³ para distribuidoras do aeroporto do Galeão (RJ), o que corresponde a cerca de um dia de consumo nos aeroportos do estado; produto foi desenvolvido na refinaria Reduc

Roberto de Lira

Refinaria da Petrobras (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
Refinaria da Petrobras (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

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A Petrobras (PETR4) fez nesta sexta-feira (5) a primeira entrega de combustível sustentável de aviação (SAF). Foi entregue um volume de 3 mil m³ para distribuidoras que operam no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão-RJ), o que corresponde a cerca de um dia de consumo nos aeroportos do estado.

A companhia é a primeira a produzir, integralmente no Brasil, o combustível que recebe a certificação de sustentabilidade de acordo com as regras da ICAO (International Civil Aviation Organization).

O combustível sustentável de aviação, também conhecido como SAF (Sustainable Aviation Fuel), pode substituir o querosene de aviação convencional (QAV) sem necessidade de modificações nas aeronaves ou na infraestrutura de abastecimento. Por isso, é considerado uma solução prática e rápida para reduzir as emissões do setor aéreo.

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Em nota, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, confirmou que o SAF produzido por coprocessamento no parque de refino da Petrobras é uma solução que contribui para o cumprimento das metas de descarbonização do setor aéreo.

“É um produto competitivo, que atende a rigorosos padrões internacionais da aviação. Estamos oferecendo ao mercado nacional a possibilidade de atender às demandas globais, antecipando o cumprimento do CORSIA, que é um programa internacional para a redução das emissões provenientes dos voos internacionais”, disse.

Segundo a Petrobras, a antecipação da produção de SAF em relação à legislação vigente é fundamental para o mercado de aviação, considerando as futuras exigências do setor. A partir de 2027, as companhias aéreas no Brasil deverão começar a usar esse tipo de combustível em voos internacionais, seguindo as regras do programa CORSIA (Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation) da ICAO. E também em voos domésticos, com base na Lei do Combustível do Futuro.

O SAF é um combustível com menor intensidade de carbono porque utiliza um percentual de matéria-prima de origem vegetal, que é processada junto com o querosene de aviação mineral.

No momento, a Petrobras está certificada para o uso de óleo técnico de milho (TCO), uma matéria-prima residual, ou óleo de soja, com uma redução prevista nas emissões líquidas de CO2 de até 87% na parcela renovável. O produto obtido é quimicamente idêntico ao combustível mineral, mas com uma parcela derivada de matéria-prima sustentável.

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O combustível das primeiras entregas foi produzido na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, certificada para produzir e comercializar SAF. A Reduc possui autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para incorporar até 1,2% de matéria-prima renovável na produção de SAF por essa rota.

A companhia informou ainda que a Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP), já realizou testes para a produção de SAF pela rota de coprocessamento de óleo vegetal com correntes tradicionais de petróleo.

A previsão é que, ainda em 2026, a Refinaria de Paulínia (Replan), no estado de São Paulo, e a Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais, também passem a produzir e comercializar o combustível.