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O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta segunda-feira (31), treze ex-executivos e ex-funcionários da Americanas (AMER3) por envolvimento em fraudes que somam cerca de R$ 25 bilhões. Entre os denunciados está Miguel Gutierrez, ex-CEO da empresa, que atualmente mora na Espanha. As informações foram divulgada primeiro pelo jornal O Globo e confirmada pela agência Reuters.
Segundo o jornal, a denúncia inclui também Anna Saicali, ex-CEO da B2W, responsável pela área digital, além de Thimoteo Barros, Marcio Cruz (ambos vice-presidentes) e os ex-diretores Carlos Padilha, João Guerra, Murilo Corrêa, Maria Christina Nascimento, Fabien Picavet e Raoni Fabiano.
Os promotores apontam Miguel Gutierrez como o principal responsável pelas fraudes. O MPF afirma que, enquanto liderava as Lojas Americanas, Gutierrez estava ciente de todas as fraudes, inclusive sugerindo alterações nos balanços financeiros que seriam divulgados.
Ele foi denunciado pelos crimes de organização criminosa, insider trading, manipulação e falsidade idoleológica em uma fraude de quase R$23 bilhões, de acordo com a fonte.
Em nota, Antonio Sergio Pitombo, advogado de defesa de Timotheo de Barros, afirmou que “constata mais uma vez a possibilidade de outra acusação midiática em curso”.
“De novo, vamos examinar a acusação e, como sempre, procurar demonstrar na Justiça, com mais elementos, o que denota rápida leitura: açodamento dos acusadores e a ausência de imparcialidade no exame dos fatos”, destacou Pitombo.
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Relembre o caso
Na noite do dia 11 de janeiro de 2023, a Americanas comunicou inconsistências contábeis no valor até então de R$ 20 bilhões. No mesmo dia, os recém chegados CEO Sergio Rial e o CFO André Covre renunciaram aos cargos.
Já no dia seguinte ao comunicado (12), as ações caíram 77%, passando de R$ 12 para R$ 2,72 e perdendo R$ 8,34 bilhões de valor de mercado, já com a percepção de que a companhia enfrentaria muitas dificuldades por conta do rombo.
No dia 19 de janeiro, a varejista oficializou o seu pedido de recuperação judicial, sendo excluída de 14 índices da B3.
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A Americanas iniciou uma arbitragem contra os quatro ex-executivos no início deste ano.
Em outubro passado, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) acusou os quatro, juntamente com outros ex-gestores da empresa, de uso de informação privilegiada.