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Marcas tradicionais de SP, Cepam e Village pedem recuperação judicial

Maior padaria da América Latina e sua fábrica de chocolates acumulam dívidas superior a R$ 70 milhões

Rikardy Tooge

Panificadora Cepam (Divulgação)
Panificadora Cepam (Divulgação)

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Uma das padarias-símbolo de São Paulo, a Cepam, e sua fábrica de chocolates Village protocolaram nos últimos dias um pedido de recuperação judicial da ordem de R$ 73,4 milhões. Em pedido enviado na última quinta-feira (25), a empresa alega que a pandemia afetou fortemente seu faturamento e que o ciclo pós-pandemia não tem sido favorável.

“Fato é que a pandemia do covid-19 fez com que alguns empréstimos bancários tivessem que ser contraídos, especialmente para manter seus funcionários ativos e cobrir os custos altíssimos da operação. Assim, com o alavancamento da operacionalização e expansão do negócio foram concedidos empréstimos para capital de giro por bancos, mas o cenário pandêmico ocasionou a necessidade de repactuação da dívida bancária”, escreveram os advogados da Cepam, da banca Otto Gübel.

O juiz responsável pela ação, Paulo Furtado Filho, da 2º Vara de Falência de São Paulo, determinou nesta terça-feira (30) que o grupo apresente em até 15 dias seu relatório de fluxo de caixa, a relação de credores e a lista de eventuais ações judiciais sobre cobranças e processos trabalhistas.

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Fundada em 1968, a Panificadora Cepam foi quem deu origem ao grupo. De um espaço de 60 metros quadrados há quase 60 anos, o comércio localizado na Zona Leste de São Paulo passou a ter 2,5 mil metros e passou a ser conhecida como a maior padaria da América Latina. Com atualmente mais de 550 funcionários, o local recebe cerca de 8 mil visitantes por fim de semana.

Logo depois, em 1973, surgiu a Village, fábrica de chocolates e segunda maior produtora de panetones do país, e que é hoje a principal empresa do grupo.

“Considerando a modalidade de negócio, em que a operação realiza-se exclusivamente através da atividade presencial, a pandemia tem sido um detrator, penalizando fortemente os negócios. Tal fato, aliado aos juros altos e a escassez de crédito criam um cenário em que a recuperação judicial se torna uma ferramenta”, avalia Gabriel de Britto Silva, advogado especializado em direito empresarial.

Rikardy Tooge

Repórter de Negócios do InfoMoney, já passou por g1, Valor Econômico e Exame. Jornalista com pós-graduação em Ciência Política (FESPSP) e extensão em Economia (FAAP). Para sugestões e dicas: rikardy.tooge@infomoney.com.br