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Líder do mercado brasileiro de ovos comerciais, a Mantiqueira Brasil, fundada em 1987 por Leandro Pinto no município mineiro de Itanhandu, está aproveitando a maré favorável ao consumo da proteína no país e no mundo e deverá encerrar 2023 com investimentos em expansão superiores a R$ 300 milhões, um recorde em sua trajetória.
Boa parte desses aportes já foi realizada no primeiro semestre, sobretudo com as aquisições da Fazenda da Toca Orgânicos, situada em Itirapina (SP) e que era controlada pelo empresário Pedro Paulo Diniz e seu sócio Fabio Sakamoto, e das operações de ovos da cooperativa paranaense Lar.
Mas a empresa também está promovendo melhorias e expansões orgânicas. Entre elas, está a construção de mais três fábricas de ração, o que elevará seu número de plantas do gênero para oito, todas próximas às granjas – são 22 no total. Com a ampliação das operações em tempos de demanda aquecida, o faturamento da Mantiqueira com as vendas de ovos comerciais deverá alcançar R$ 2 bilhões este ano, ante R$ 1,5 bilhão em 2022.
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Segundo projeções da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a produção de ovos alcançará até 52,6 bilhões de unidades no país em 2023 – impressionantes 1.350 ovos por segundo! –, ante 52,1 bilhões no ano passado. Para 2024, a previsão é de aumento de até 10%. O consumo per capita deverá ficar praticamente estável este ano em 242 unidades, mas a entidade estima que poderá subir para até 265 unidades em 2024.
“Em 2010, o consumo per capita no Brasil foi de 148 unidades. Chegamos agora à média global, mas ainda estamos longe do patamar dos Estados Unidos, que se aproxima de 300 unidades, ou do México, que chega a 345. Ou seja, temos muito potencial para crescer”, afirmou Márcio Utsch, que assumiu o cargo de CEO da Mantiqueira em fevereiro passado, quando passou a deter uma pequena participação no capital da companhia.
Conhecido por ter presidido a Alpargatas, onde trabalhou entre 1997 e 2019, Utsch usa 2023 como exemplo de uma estratégia de expansão que continuará em curso nos próximos anos, baseada em crescimentos orgânico e aquisições, e marcada por diversificação regional e de categorias – com a Fazenda da Toca, por exemplo, a Mantiqueira entrou de cabeça no mercado de ovos orgânicos, de maior valor agregado.
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Paralelamente, a companhia acelera o passo para se consolidar como líder na produção de ovos de galinhas criadas livres, em linha com as crescentes preocupações globais com bem-estar animal. A Mantiqueira conta hoje com mais de 16 milhões de aves nas granjas espalhadas por Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Paraná e Santa Cataraina, responsáveis pela produção de 3 bilhões de ovos, e 2,5 milhões delas são criadas livres, em seis unidades.
“Era uma meta que tínhamos para 2025, mas já foi cumprida. E vamos continuar ampliando esse número”, disse Leandro Pinto ao IM Business. Outros pontos destacados por Utsch e Pinto na entrevista foram a ampliação das vendas online, a consolidação da rede de lojas próprias, em São Paulo (quatro) e no Rio (uma), e o crescimento das exportações. Com vendas para países do Oriente Médio e da África, entre outros, os embarques já representam entre 5% e 10% do faturamento da empresa.
Puxadas pela Mantiqueira, as exportações brasileiras de ovos também estão em alta, como o consumo doméstico. De acordo com a ABPA, foram, no total, 9,5 mil toneladas em 2022, e o total deverá atingir até 32,5 mil toneladas este ano. O país tem sido beneficiado por ainda não ter registrado casos de influenza aviária em granjas comerciais, e a tendência é de novo incremento em 2024, da ordem de 7,5%.
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