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Mais um denunciante no caso do 737 Max da Boeing morre nos EUA

Joshua Dean, que trabalhou na fornecedora Spirit AeroSystems, teve uma infecção bacteriana grave e morreu ontem; há menos de dois meses, o denunciante John Barnett apareceu morto, em aparente suicídio

Equipe InfoMoney

(Reuters)

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Pouco menos de dois meses após John Barnett ter, aparentemente, se suicidado, outro denunciante do caso do jato 737 Max da Boeing morreu em circunstâncias misteriosas. O ex-funcionário da fornecedora Spirit AeroSystems, Joshua Dean, de 45 anos, morreu após contrair um mal súbito, informou o jornal The Seattle Times na quarta-feira (1).

Segundo o jornal, a a tia de Dean, Carol Parsons, disse que o sobrinho foi ao hospital há duas semanas após ter apresentado dificuldade para respirar. Ele desenvolveu pneumonia e MRSA, uma infecção bacteriana grave, foi intubado e seu quadro começou a piorar.

O Business Insider lembra que Dean testemunhou contra a Spirit em um processo de acionistas no ano passado, com o ex-inspetor de qualidade acusando a empresa de mau controle de qualidade na produção de aeronaves para a Boeing.

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Em janeiro, um Boeing 737 MAX 9 perdeu um pedaço de sua fuselagem em pleno voo, que se desprendeu abrindo um buraco na aeronave, o que exigiu um pouso de emergência. Desde então, a fabricante de aviões tem enfrentado uma crise em torno de seus padrões de segurança e qualidade.

Sabonete líquido

As práticas de engenharia heterodoxas da fornecedora Spirit ficaram sob escrutínio depois que o The New York Times relatou em março que a Administração Federal de Aviação havia constatado o uso de um sabonete líquido para lubrificar um selo de porta do avião.

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A Spirit disse mais tarde que tentou usar outros produtos domésticos como lubrificantes, como vaselina e amido de milho, antes de decidir usar o sabonete Dawn, informou o The New York Times.

Ao The Wall Street Journal Dean disse em janeiro que a Spirit o demitiu por apontar buracos errados nas fuselagens. “É sabido na Spirit que, se você fizer muito barulho e causar muitos problemas, você será movido”, disse Dean ao Journal. “Isso não significa que você desconsidere completamente as coisas, mas eles não querem que você encontre tudo e escreva.”

Na época, a Spirit disse ao jornal que discordava das afirmações de Dean, acrescentando que se defenderia no tribunal.

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Ao tomar conhecimento da morte de seu ex-funcionário, a empresa se manifestou: “nossos pensamentos estão com a família de Josh Dean. Esta perda repentina é uma notícia impressionante” disse ao The Seattle Times Joe Buccino, porta-voz da Spirit.

A notícia vem quase dois meses após a morte do denunciante da Boeing, John Barnett, de 62 anos. Barnett morreu em março, em ao seu depoimento contra a Boeing. O escritório do legista do condado de Charleston disse ao Business Insider em um comunicado que o ex-gerente da Boeing morreu do “que parece ser um ferimento de bala autoinfligido”.

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