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Mais equilibrada, Nutrien vê melhora na área de insumos agrícolas no segundo semestre

Múlti canadense integra ativos que adquiriu em 2022 no Brasil e vê acomodação de preços e normalização de margens

Fernando Lopes

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Como todas as empresas que atuam no varejo de insumos agrícolas no Brasil – e no mundo -, a canadense Nutrien, uma das líderes do segmento, sofreu em 2023 com a guinada marcada por fortes quedas de preços de fertilizantes e defensivos, que haviam disparado com a pandemia e a invasão russa na Ucrânia. Mas a empresa avançou com a integração dos ativos que adquiriu em 2022 e espera colher, em 2024, os frutos de contar com uma operação mais equilibrada no país, sobretudo a partir do segundo semestre.

Nos últimos anos, a multinacional se tornou uma das consolidadoras da área de varejo de insumos no Brasil. Apenas em 2022, investiu cerca de US$ 500 milhões em três aquisições, segundo números divulgados à época, e a mais importante delas foi a da Casa do Adubo. Com as quase 40 lojas da rede, distribuídas por 11 Estados, agregou cerca de R$ 2,5 bilhões ao seu faturamento anual, que alcançou R$ 8 bilhões naquele ano, e diluiu riscos regionais e agrícolas, uma vez que passou a contar com um portfólio maior e uma carteira de clientes mais diversificada, com produtores que investem em uma gama mais ampla de culturas.

Em tempos de queda de preços de grãos como soja e milho, que antes da Casa do Adubo eram o foco de 80% dos negócios nessa frente, a compra se mostrou providencial. “Essa aquisição teve um impacto muito significativo para nós. Hoje atuamos em 13 Estados, crescemos em vendas para pecuária, café, cana e reflorestamento, entre outros segmentos, e ampliamos a participação dos pequenos produtores em nossa carteira. Acessávamos 40% de um mercado potencial calculado em US$ 60 bilhões, e agora acessamos 70%”, afirma Carlos Brito, presidente da Nutrien no Brasil.

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Carlos Brito, presidente da Nutrien no Brasil (foto: Divulgação)

O executivo assumiu o cargo há cerca de um ano, e não revela os resultados alcançados pela companhia no Brasil em 2023. Mas diz que foi um ano de revisão de posicionamento estratégico e investimentos em governança e eficiência operacional, incluindo sistemas e processos. “Temos uma empresa mais madura, mais pé no chão. Agora, vamos voltar a ganhar participação de mercado”, diz Brito. Nesse processo, os serviços prestados pela rede de 130 unidades comerciais (lojas e “centros de experiência”) da Nutrien no país são um dos atalhos que geram boas perspectivas.

Entre as novidades oferecidas aos 80 mil clientes da varejista, está o programa Nutrien Recomenda, por meio do qual os técnicos da empresa analisam o solo de uma propriedade e sugerem as soluções adequadas para uma fertilização eficiente. “Temos 900 pessoas no campo. Investimentos em capacitação e ferramentas digitais para que esses profissionais possam ser realmente relevantes para os agricultores”, afirma o executivo.

Segundo ele, todas as medidas que ganharam corpo em 2023 tendem a gerar resultados em 2024. “O ano já começou melhor, com estoques em geral menores no mercado, acomodação dos preços dos insumos e margens em ritmo de normalização. E a tendência é de melhora ainda maior no segundo semestre”, diz Brito    

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 FERTILIZANTES

Além de atuar no varejo de insumos e no segmento de sementes, a Nutrien, grande fabricante de fertilizantes no Canadá, também conta com quatro misturadoras de adubos (fabricantes dos produtos finais usados nas lavouras) no Brasil, localizadas em Cristalina (GO), Morrinhos (GO), Itapetininga (SP) e Araxá (MG). Em junho, deverá inaugurar mais uma planta do gênero em Minas, em Alfenas. No total, a múlti conta com 2,8 mil colaboradores no país. Globalmente, faturou quase US$ 30 bilhões no exercício 2023..