Conteúdo editorial apoiado por

Kaspersky aposta no Brasil para crescer nas Américas e promete duplicar operação

Entrevista exclusiva ao InfoMoney durante a 15ª edição da Cyber Security Week, realizada pela Kaspersky pela primeira vez no Brasil, em Manaus (AM)

Maria Luiza Dourado

Claudio Martinelli, diretor geral da Kaspersky para as Américas (Divulgação)
Claudio Martinelli, diretor geral da Kaspersky para as Américas (Divulgação)

Publicidade

O Brasil é uma das maiores apostas da Kaspersky no mundo. Em entrevista exclusiva ao InfoMoney durante a 15ª edição da Cyber Security Week, evento promovido pela empresa pela primeira vez no país, Claudio Martinelli, diretor geral da Kaspersky para as Américas, detalhou os planos da companhia para o mercado brasileiro.

A Kaspersky tem um plano multianual de quatro anos para o Brasil, que inclui a contratação de mais de 40 profissionais ainda este ano. “Nossa equipe na América Latina começou o ano com 150 colaboradores e vamos terminar com mais de 200, sendo grande parte no Brasil, que é a matriz da América para a Kaspersky”, explica Martinelli.

O investimento é significativo e envolve a ampliação das áreas de marketing, negócios, serviços e suporte para atender ao crescimento esperado. “Prevemos mais do que duplicar nossas operações no Brasil nos próximos quatro anos, com a equipe local mais que dobrando de tamanho.”

Leia mais: 1,3 bilhão de ataques em 2025: IA turbina phishing, velho conhecido da América Latina

Estratégia para crescimento

De origem russa e fundada em 1997 por Eugene Kaspersk, hoje, a companhia conta com mais de 5 mil colaboradores espalhados em 30 escritórios em todo o mundo, atendendo clientes em 200 países. No Brasil, a operação é enxuta, mas responde por cerca de 40% do faturamento da Kaspersky na América Latina — e Martinelli projeta triplicar o faturamento atual em quatro anos. A estratégia para isso passa pelo aumento no ticket médio por cliente, graças à oferta de um portfólio mais amplo de soluções.

“Temos clientes que vão desde pequenas empresas, com cinco computadores, até grandes corporações com 50 mil máquinas. Segurança digital não é cara e cabe no bolso de qualquer empresa, desde que a solução seja adequada”, ressalta.

Continua depois da publicidade

Entre os clientes da Kaspersky no Brasil estão até as Forças Armadas, com mais de 300 mil usuários protegidos (licenças ativas). No total, a empresa atende mais de 12 mil clientes no país, com mais de 2 milhões de usuários ativos, e mais de 6,5 milhões na América Latina.

Brasil: um mercado estratégico e promissor

Segundo Martinelli, o Brasil reúne características ideais para o sucesso da Kaspersky na área de segurança digital. “É um país muito conectado, que adota precocemente tecnologias, tem uma população grande e uma economia digital muito robusta. Todos esses componentes fazem do Brasil um mercado com enorme potencial”, afirma.

Por outro lado, o executivo destaca que o país ainda enfrenta desafios importantes, como a carência de segurança digital e a escassez de profissionais qualificados. “Entendemos que podemos contribuir não só com a segurança das empresas, mas também com a formação de talentos, automação de processos e detecção de ameaças, o que faz todo sentido para nós do ponto de vista de negócios.”

Continua depois da publicidade

Evolução das soluções de segurança digital

O executivo comentou ainda que o avanços das ameaças digitais, como ataques baseados em inteligência artificial e phishing, reduziu a participação do antimalware, nome técnico do antivírus, na estratégia dos seus clientes e, consequentemente, do seu faturamento. “Os antivírus hoje não representam mais que 30% das vendas”.

Segundo Martinelli, esse produto faz parte da camada fundamental de proteção. “Ele automatiza e elimina muitos trabalhos manuais, representando cerca de 20 a 25% da camada de proteção ideal para uma empresa”, mas não é suficiente para combater ameaças mais sofisticadas ou aquelas baseadas em engenharia social e erros humanos.

“O padrão básico hoje é o EDR (endpoint detection and response), que é a evolução do antimalware, oferecendo respostas automatizadas sem intervenção do usuário.”

Continua depois da publicidade

A empresa foca em soluções avançadas como inteligência de ameaças, proteção industrial e gerenciamento de ameaças, com ferramentas como o SIEM (Security Information and Event Management), que analisa e correlaciona eventos suspeitos para identificar tentativas de ataque em tempo real. “Já evoluímos para o próximo patamar e fizemos um trabalho com nossos clientes para que optassem por soluções mais completas e atualizadas de acordo com as necessidades de cada um”, finaliza.

A repórter viajou a Manaus a convite da Kaspersky.

Maria Luiza Dourado

Repórter de Finanças do InfoMoney. É formada pela Cásper Líbero e possui especialização em Economia pela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.