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Justiça dos EUA decide que Google formou monopólio em publicidade digital

Decisão da Justiça americana abre caminho para imposição de mudanças no negócio de publicidade do Google, que pode enfrentar venda forçada de ativos

Paulo Barros

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Um juiz federal dos Estados Unidos decidiu nesta quinta-feira (11) que o Google violou leis antitruste ao manter ilegalmente seu monopólio no mercado de tecnologia de publicidade digital. A decisão representa uma derrota significativa para a empresa e ameaça levar à fragmentação de parte de seus negócios.

A sentença foi emitida pela juíza Leonie Brinkema, do Tribunal Distrital do Leste da Virgínia. Ela concluiu que o Google agiu de forma ilegal ao integrar seu servidor de anúncios para editores com a plataforma de leilões digitais, o que restringiu a concorrência no setor. Segundo a juíza, essa prática prejudicou rivais, editores e consumidores.

“A conduta excludente prejudicou substancialmente os clientes editores do Google, o processo competitivo e, em última instância, os consumidores de informações na web aberta”, afirmou Brinkema na decisão.

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A ação contra o Google foi movida em 2023 pelo Departamento de Justiça dos EUA e um grupo de estados, e aponta que a empresa detém cerca de 87% do mercado de tecnologia para venda de anúncios.

Essa dominância foi ampliada por aquisições, como a da DoubleClick em 2008, por US$ 3,1 bilhões. Em 2023, a área de tecnologia publicitária da Alphabet, controladora do Google, gerou US$ 31 bilhões em receita — cerca de 10% do faturamento total da empresa.

Durante o julgamento, que durou três semanas, promotores argumentaram que o Google forçou o uso combinado de seus produtos e capturou uma fatia maior das transações, impactando negativamente empresas de mídia que dependem de publicidade para financiar conteúdo gratuito.

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O tribunal agora iniciará a fase de definição de medidas corretivas. O Departamento de Justiça já havia solicitado que o Google fosse obrigado a vender partes de sua operação de anúncios digitais.

Essa é a segunda decisão judicial em menos de um ano contra o Google por práticas anticoncorrenciais. Em agosto, outro tribunal concluiu que a empresa mantém um monopólio no setor de buscas online.

Google e Departamento de Justiça ainda não se pronunciaram publicamente sobre a decisão.

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(com New York Times e Washington Post)

Paulo Barros

Jornalista, editor de Hard News no InfoMoney. Escreve principalmente sobre economia e investimentos, além de internacional (correspondente baseado em Lisboa)