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JPMorgan anuncia nova sede em Londres com maior edifício de escritórios da cidade

O banco investirá bilhões em um prédio de 278 metros quadrados em Canary Wharf; a construção deve durar seis anos

Bloomberg

(Divulgação)
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O JPMorgan Chase vai construir uma nova torre em Canary Wharf para abrigar sua sede no Reino Unido. Esse investimento bilionário reforça a posição de Londres como um dos principais centros financeiros do mundo. O anúncio foi feito um dia depois do orçamento apresentado por Rachel Reeves, que praticamente não afetou os bancos.

O edifício será, de longe, o maior escritório de Londres, com 278 mil metros quadrados e poderá abrigar até 12 mil funcionários, segundo comunicado do banco de investimento divulgado nesta quinta-feira (27). A construção deve durar seis anos.

O imóvel, que será co-desenvolvido pelo Canary Wharf Group, está sendo projetado pela Foster + Partners, escritório britânico de arquitetura responsável também pela sede global recentemente inaugurada pelo banco em Nova York.

“Este edifício representará nosso compromisso duradouro com a cidade, o Reino Unido e nossos colaboradores”, afirmou Jamie Dimon, CEO do JPMorgan. “A prioridade do governo britânico pelo crescimento econômico foi um fator crucial para nossa decisão.”

Os planos estão “sujeitos a um ambiente de negócios positivo contínuo no Reino Unido e à obtenção das aprovações necessárias”, conforme o comunicado do JPMorgan.

Com uma área interna bruta de 278 mil metros quadrados, a proposta é cerca de um terço maior que o maior edifício de escritórios atual em Londres, a torre 22 Bishopsgate, que possui cerca de 195 mil metros quadrados de área bruta e 111 mil metros quadrados de espaço interno para escritórios. O JPMorgan estima que o projeto contribuirá com £9,9 bilhões (R$ 69 bilhões) para a economia local, incluindo a criação de 7.800 empregos na construção e em outros setores.

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A decisão representa uma grande vitória para Reeves, que busca impulsionar o crescimento no Reino Unido após anunciar um aumento de impostos de £26 bilhões (r$ 183 bilhões) no orçamento de 26 de novembro. Apesar dos aumentos tributários que afetarão banqueiros e outros altos rendimentos, a chanceler do Tesouro optou por não elevar a taxa sobre os lucros bancários, medida que estava em análise.

O Goldman Sachs também anunciou a ampliação de sua presença no Reino Unido, com a criação de 500 vagas em seu escritório de Birmingham, em comunicado separado na quinta-feira. Outros bancos também sinalizaram planos de aumentar investimentos no país, após relatos de que o Tesouro incentivou o setor a apoiar publicamente o orçamento e destacar a economia.

A decisão do JPMorgan de investir no terreno Riverside South, após considerar mudanças para a City ou a reforma de sua sede atual no Reino Unido, evidencia a escassez de opções para empresas que buscam grandes edifícios de escritórios em Londres. Os desenvolvedores têm sido cautelosos diante de uma série de desafios, incluindo o Brexit, o trabalho flexível pós-pandemia, a alta inflação nos custos de construção e o aumento das taxas de juros.

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Dimon tem sido um dos maiores defensores do retorno ao trabalho presencial, exigindo no início deste ano que a maioria dos funcionários trabalhe cinco dias por semana no escritório, política que influenciou medidas mais rígidas em Wall Street. Isso tem sido um fator chave para a recente revitalização de Canary Wharf, com o número de visitantes ao distrito financeiro do leste de Londres superando os níveis pré-pandemia, à medida que mais banqueiros retomam o trajeto diário até seus escritórios.

O JPMorgan precisou até alugar espaço adicional para acomodar o retorno dos funcionários, ocupando vários andares no antigo escritório do Credit Suisse, próximo à sua superlotada sede europeia.

Após consolidar sua presença em Manhattan com a nova sede global, Dimon agora foca na questão de longo prazo da base principal do banco na Europa, um projeto que deixará uma marca duradoura em Londres.

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O JPMorgan adquiriu o terreno Riverside South em 2008, antes de comprar a antiga sede do Lehman Brothers em Londres, no 25 Bank Street, para sua ocupação em 2010. O banco suspendeu os planos para o terreno e tentou vendê-lo em 2014, atraindo o interesse de alguns incorporadores residenciais que viam a área como oportunidade para construir apartamentos de luxo com vista para o rio. No entanto, a venda foi interrompida no último momento, e o banco optou por manter a propriedade.

Desde então, o setor financeiro londrino enfrentou o impacto do Brexit em 2016, que gerou temores de uma saída em massa da capital britânica. George Iacobescu, ex-presidente e CEO do Canary Wharf Group, que dedicou décadas ao desenvolvimento da infraestrutura que consolidou Londres como centro financeiro global, foi um dos críticos mais ferrenhos da saída da União Europeia, alertando para o risco de um desmantelamento gradual.

Atualmente, ele assessora pessoalmente o JPMorgan no novo projeto, que reforça o apelo contínuo de Londres para bancos de investimento, mesmo com a necessidade de muitos fortalecerem suas operações em outras partes da União Europeia.

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O JPMorgan opera em Londres principalmente em dois locais próprios, 25 Bank Street em Canary Wharf e 60 Victoria Embankment, além de alugar espaço em outro prédio. O banco planeja manter o endereço de Victoria Embankment após a conclusão da nova sede e avaliará opções para o 25 Bank Street, conforme o comunicado.

No mês passado, o grupo financeiro anunciou um novo plano de investimento de £ 350 milhões para seu campus em Bournemouth, com construção de um novo prédio e melhorias nas instalações.

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